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Fácil para o ouvinte, o rádio tem um bom caminho pela frente

Técnicos, radiodifusores e radialistas sabem o quanto a tecnologia de transmissão em FM evoluiu nas últimas décadas, com novos processadores de áudio, antenas, transmissores, etc. Mas neste texto quero dar uma atenção especial para a outra ponta: a do ouvinte. O FM é uma tecnologia antiga (sim, qualquer coisa hoje que tenha mais de duas décadas pode ser considerada antiga), mas muito eficiente e que foi modernizada por todo o ecossistema existente ao seu redor. Os receptores estão cada vez mais incríveis, cheios de funções, principalmente o automotivo. E a facilidade (e gratuidade) do FM tem mantido alta a relevância dessa forma de entrega de conteúdo. Isso é um fato.

 

Porém, este texto aqui não é para defender o FM (ou rádio terrestre) em detrimento do digital (streaming de áudio, por exemplo). Acredito que é válido defender os pontos fortes da tecnologia vigente, mas também embarcar nas novidades que podem aperfeiçoar a nossa “prática de rádio”. No ambiente digital, os produtores de conteúdo e anunciantes estão animados com as possibilidades do áudio, algo que não é uma surpresa para quem é de rádio. O áudio é poderoso. Mas o que há no digital que fascina a ponto de ser apontada como algo que vai substituir o que já está estabelecido?

 

Claro que em vários casos ocorrem substituições, mas em muitos outros a regra é da coexistência, da adaptação ou, melhor, do complemento. E esse tem sido o caminho do rádio terrestre. Ele evoluiu, auxiliado pela maior oferta de receptores automotivos modernos, de caixas de som com FM embarcado, com o smartphone que recepciona o rádio de uma maneira simples em aplicações bonitas e com ferramentas interessantes. As pessoas desejam pelo rádio de graça, disponível de maneira fácil, como dá para perceber na pesquisa da Edison Research sobre a presença da recepção de rádio terrestre em automóveis (veja aqui).

 

Essa evolução passa também pelo trabalho conjunto no digital, na tão discutida atuação multiplataforma. Mas podemos ir além disso: podemos ter os dois mundos (on e off) unidos através de plataformas híbridas de áudio. Há um movimento de montadoras que desejam unir esses mundos na Europa e nos Estados Unidos, com resultados interessantes. Você tem a facilidade do rádio terrestre, recebendo dados digitais (onde é possível entregar mais funções e informações aos ouvintes) e alternando ao streaming quando não temos mais a recepção FM (sinal ausente, fora da área de cobertura da estação selecionada). E, além disso, temos a possibilidade de gerar dados para o mercado.

 

O rádio está em evolução e tudo acontece de uma maneira natural. Esse modelo híbrido não ocorre apenas nos equipamentos eletrônicos. Ele já está na rotina diária das equipes das emissoras e também no costume da audiência. No planejamento comercial das estações, nas entregas. É natural, mas ainda também estamos aprendendo as melhores práticas desse modelo híbrido. E novamente sobre os dispositivos, a tecnologia tende a nos encontrar ali na esquina. 

 

Mas para que isso aconteça, é preciso estar atento a sempre destacar (com dados) os atributos fortes do rádio terrestre e como ele pode ser ainda mais poderoso aliado ao digital. Modismos e achismos não podem também impor um ponto final para algo que funciona e é desejado pela população (se dúvida dessa relevância, clique aqui).

 

E eu tenho insistido nisso. Acredito que a atuação híbrida já é a realidade do rádio. Por fim, como complemento, recomendo os dois textos abaixo.

 

FONTE: TUDO RÁDIO – AESP

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