A proposta do marco civil da internet (PL 2126/11), um dos projetos que tranca a pauta de votações do Plenário da Câmara, não deverá ser votado hoje por conta da insatisfação dos líderes da base aliada. É o que afirmaram os deputados Vicentinho (SP), líder do PT, e Alessandro Molon (PT-RJ), relator da proposta, ao deixarem a reunião de líderes da base aliada na manhã de hoje, realizada no gabinete da liderança do governo.
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também esteve na liderança do governo esta manhã, mas não quis se pronunciar. Ela não participou da reunião de líderes, mas conversou pessoalmente com líderes e outros deputados da base insatisfeitos com a relação com o governo. Os deputados reclamam que o governo não cumpre seus compromissos relativos à liberação de emendas parlamentares. “A política deve ser feita numa relação de confiança entre dois lados. É isso que está ruído na atual conjuntura”, disse o deputado Giacobo (PR-PR), ao deixar a reunião.
Segundo Vicentinho, o problema não foi resolvido na manhã de hoje. “A situação da base continua insegura”, disse. “A meta principal do PT é votar o marco civil da internet, mas parece que não será possível esta semana, já que alguns partidos da base não querem votá-lo, não por ser contra a proposta, mas por conta da conjuntura política”, afirmou. O principal opositor da matéria, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), não participou da reunião nesta manhã.
Vicentinho acredita, porém, que, a despeito das insatisfações na base aliada, ainda possam ser votados hoje os destaques ao projeto de lei do novo Código de Processo Civil (CPC) em sessão extraordinária, após a ordinária. A pauta de votações será confirmada em reunião de todos os líderes partidários, que ocorre às 14h30, na presidência da Câmara.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Daniella Cronemberger