O Brasil acordou recentemente para a Internet das Coisas, mas algumas medidas importantes já avançaram. Segundo o conselheiro da Anatel Marcelo Bechara, ao reduzir a tributação de equipamentos de comunicação máquina a máquina, o país retira uma barreira a expansão desse mercado. O segundo passo foi aprovar a Lei das Antenas, que deve mudar o panorama da implantação de infraestrutura, pelo menos móvel.
Mas a necessidade de resiliência nas comunicações entre milhares – ou milhões – de equipamentos, sensores, chips em geral implica na ampliação significativa da banda larga fixa, especialmente quando se prevê inúmeras aplicações M2M dentro das residências e dos ambientes de trabalho. Em ambos os casos, onde a dependência de redes WiFi será crescente.
“Demos dois passos muito importantes para a Internet das Coisas. O primeiro foi o tratamento tributário diferenciado para aplicações máquina a máquina, especialmente diante da explosão do número de chips conectados. Outro foi a Lei das Antenas, porque a qualidade das redes é fundamental. E mais até do que a velocidade, a continuidade será muito importante”, diz Marcelo Bechara.
“No 5G, apesar de uma experiência ainda melhor de velocidade, o grande diferencial estará na estabilidade da rede, na latência. Significa ter condições de usar na rede móvel elementos da Internet das Coisas que demandam mais estabilidade e segurança da rede – como carros que se dirigem sozinhos”, lembra o conselheiro da Anatel.
Mas se o 5G é coisa para a próxima década, há outros pontos onde o Brasil pode avançar. Entre eles ampliar a cobertura de banda larga fixa, uma vez que o uso de WiFi já pode melhorar a mencionada estabilidade para sensores e aplicações das casas conectadas, por exemplo. “Ainda que equipamentos de Internet das Coisas consumam pouca banda, no agregado isso faz diferença. E as redes precisam suportar cada vez mais elementos que operam de forma contínua”.
Paralelamente, a própria Anatel deve buscar acelerar a massificação dos serviços de dados móveis mais avançados, como 3G e 4G. “As empresas ainda estão cumprindo metas previstas em editais de frequência. Seria importante buscarmos políticas que, respeitados os contratos, consigam antecipações para levar o 3G onde ele ainda não chegou”, diz Bechara.
O conselheiro da Anatel, Marcelo Bechara, será palestrante na 15ª Rio Wireless, que acontece nos dias 06 e 07 de maio, no Rio de Janeiro, terá como tema a Internet das Coisas e os seus impactos no Brasil. O primeiro debate sobre tema Internet das Coisas nas Cidades Conectadas.
Fonte:Convergência Digital – Inovação