Este tem tudo para ser o ano dos tablets e da definitiva popularização dos smartphones. Novos modelos são anunciados a todo momento e trazem um desafio aos fabricantes: como se diferenciar entre os lançamentos?

Os produtos anunciados no Mobile World Congress, evento voltado ao mercado de telefonia realizado na semana passada em Barcelona, na Espanha, dão uma pista de como as empresas pretendem enfrentar a concorrência daqui para a frente. O número de sistemas operacionais ficou reduzido, com diversos fabricantes migrando para o Android, do Google, que registrou crescimento de 482% em 2010.

Andy Rubin, um dos chefes de engenharia por trás do Android, afirma que a adoção do sistema operacional permitiu que as empresas criassem novos modelos rapidamente, já que elas não precisam se preocupar com o software.

– As empresas podem se focar em melhorar o design. Elas não precisam se preocupar em adicionar múltiplas funções e gerencimento de memória – diz Rubin.

Mas poucos sistemas operacionais dominando o mercado tornam os aparelhos ainda mais parecidos. Os fabricantes já descobriram também que o consumidor comum não está interessado em velocidade de processamento ou outros aspectos técnicos. Na hora de levar um smartphone para casa, são os aplicativos ou as funcionalidades do aparelho que realmente fazem a diferença.

Na tentativa de chamar a atenção com um acessório exclusivo, a LG Eletronics lançou um smartphone que captura e exibe imagens em 3D. É possível conferir o resultado no próprio display sem o uso de óculos especiais.

Na linha de valorização das câmeras, a Sony aproveitou a tradição neste segmento para apresentar três telefones da linha Xperia. O Xperia Pro aposta na qualidade HDTV dos vídeos e na facilidade para enviar mensagens. O Xperia Neo tenta atrair quem procura um design diferenciado. E o Xperia Play é o tão aguardado Playstation Phone, que leva ao telefone os games do console.

Além de jogos, fotos e vídeos, alguns fabricantes resolveram investir nas redes sociais. A forma que a HTC escolheu para apresentar um diferencial na carona da febre do momento, foi lançar smartphones que incluem um botão para acesso rápido ao Facebook.

– É um tempo de muitas opções. Tanto as companhias de software quanto as de hardware estão voltando à prancheta de desenho e repensando os seus planos de negócios– diz Al Hilwa, analista da empresa de pesquisas IDC.

E uma vez que eles descubram como tornar os telefones menos genéricos, os fabricantes de hardware vão ter de lidar com o mesmo problema com os tablets.

– Estamos vendo uma falta de inovação em design de tablets. Na comparação com um smartphone, é só um pedaço maior de vidro para tentar diferenciar. – identifica Chris Jones, da empresa de pesquisa Canalys.