AP, Nova York
Mesmo para um setor mergulhado em más notícias, a indústria de jornais americana vem passando por um dos seus períodos de maior retração nas últimas semanas. Meia dúzia de jornais disseram nos últimos dias que devem reduzir suas folhas de pagamento, e um deles afirmou que vai terceirizar as operações de impressão. Além disso, o tradicional Tribune Co., uma das maiores publicações dos Estados Unidos, disse que deve vender seu quartel-general em Chicago, um ícone do jornalismo, além do prédio que abriga o Los Angeles Times.
O rápido e abrangente declínio do setor de jornais nos últimos meses surpreendeu até mesmo os analistas financeiros mais pessimistas. “Eles estão no ‘modo de sobrevivência’ agora”, disse Mike Simonton, analista de mídia da Fitch Ratings, agência de classificação de risco. “Temos expectativas muito amargas para o setor.”
Só na semana passada, cortes abrangentes de pessoal foram anunciados nos jornais The Hartford Courant e no The Baltimore Sun. Na Flórida, o The Palm Beach Post e o Daytona Beach Journal divulgaram que pretendem reduzir seus custos operacionais em 7%, por meio de sinergias. O mesmo deve acontecer com o The Detroit News e o Detroit Free Press. No The Boston Herald, até 160 funcionários serão demitidos, por conta da terceirização da impressão dos jornais. Uma semana antes, a McClatchy Co., dona do Sacramento Bee e outros jornais, anunciou um corte de 10% em sua equipe.
O Tribune anunciou na última quarta-feira que espera obter maior valor de seus imóveis “subutilizados” em Chicago e Los Angeles, ampliando um programa de reajuste de custos para quitar dívidas de US$ 13 bilhões. O grupo também fechou um acordo para vender um de seus principais jornais, o Newsday, de Nova York. Segundo analistas, o Tribune tem dinheiro para pagar suas dívidas este ano, mas precisa dar um jeito de aumentar suas vendas para lidar com os débitos que estão para vencer em 2009.