O último mutirão da migração do rádio AM para FM contou com a presença de centenas de radiodifusores de todo o país, nesta quarta-feira (6), em Brasília.
Na cerimônia realizada no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), 58 emissoras de rádio assinaram o termo aditivo de adaptação de outorga, uma das últimas etapas do processo de migração para a nova faixa.
Marcelo de Lima Brasil, representante da Rádio Cultura Fluminense, de Campos dos Goytacases (RJ), emissora que atua em AM desde 1936 – a mais antiga no ato de assinatura – comemorou a mudança para a faixa FM. “Chegando em FM, a nossa rádio poderá acompanhar os ouvintes onde eles estiverem, já que estaremos nos dispositivos móveis como celulares e tablets. Além disso, vamos entregar um som com muito mais qualidade”, disse ele.
Entre as vantagens de estar na faixa FM, os radiodifusores apontam a chance de a emissora aumentar a receita com anúncios publicitários.
“A mudança do AM para o FM nos dará a oportunidade de alcançar um número maior de pessoas, e isso para o radiodifusor é o caminho para a chegada de novas receitas”, afirma José Tupinambá Moraes de Aquino Junior, da Rádio Tupinambá de Sobral, no Ceará.
Para Antônio Tatagiba Vimecart, da Rádio Diocesana, de Cachoeiro do Itapemirim (ES), as empresas da região tendem a anunciar na emissora, que, com uma melhor qualidade de som, terá também uma audiência mais qualificada.
Segundo o ministro Gilberto Kassab, o ano de 2017 está terminando com cerca de 630 emissoras que já assinaram o contrato de migração e muitas dessas, já operam efetivamente na nova faixa. “Esse número mostra que estamos trabalhando para levar aos brasileiros que amam o rádio mais opção de informação e entretenimento. Além de ouvir o rádio de forma tradicional, será possível ouvir a rádio preferida por diversas plataformas”, disse.
Das 1.781 emissoras de rádio AM existentes no país, 1.440 solicitaram a mudança e 1.006 já foram contempladas com o canal na faixa de FM. As outras emissoras irão migrar após o desligamento da TV analógica, quando serão liberadas as faixas 5 e 6, hoje ocupadas pelas TVs.
O conselheiro da ABERT, Flávio Lara Resende, ressaltou o fortalecimento do setor com o processo de migração para o FM. Segundo Lara, ainda há muito trabalho a ser feito. “Há ainda centenas de emissoras que aguardam o momento da assinatura para a nova outorga e mais 400 esperam a liberação da faixa estendida para migrar. Por isso, precisamos, mais do que nunca, unir nossos esforços para dar continuidade a esse processo de migração, que abre oportunidade de novos postos de trabalho e que fomenta a indústria do país com a demanda de novos equipamentos”, disse.
Em 2017, o mutirão da migração passou pelos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Fonte: Escrito por Tainá Farfan