Quarta-feira, 14 de Abril de 2010, 12h02

Assistir à Copa do Mundo em 3D não será uma ótima experiência. A opinião é do CEO da Alfacam, Gabriel Fehervari, que participou de uma discussão sobre produção 3D no MipTV, mercado internacional de conteúdo audiovisual que acontece de 12 a 16 de abril, em Cannes.

A empresa belga Alfacam é provedora de serviços de produção e transmissão e tem como cliente a Host Broadcasting Services (HBS), responsável pela captação e transmissão da Copa do Mundo 2010. A Alfacam é uma das responsáveis pelas instalações de broadcast que serão usadas pela HBS na África do Sul.

Fehervari conta que os clientes querem ver grandes eventos, como a Copa do Mundo, em 3D. Ele acredita, porém, que assistir a este tipo de evento em 3D não será “a melhor experiência”. Um dos motivos seria o fato de, na transmissão tradicional, serem usadas mais de 30 câmeras. “No 3D você usa menos câmeras, ou seja, tem menos ângulos”, diz. “Além disso, você não pode usar o zoom rápido como se costuma fazer para mostrar detalhes da partida”. Ele afirma ainda que quanto mais baixas as câmeras, melhor para o 3D, o que significa perda de imagens mais abertas, captadas do alto do estádio. “Acho que se você tiver a chance de assistir a um jogo da Copa em 3D, vai assistir a dois minutos e então vai querer voltar para o 2D”, afirma.

Fehervari diz que eventos em que a câmera fica parada, como espetáculos de dança, podem gerar uma melhor experiência 3D. “Além disso, a produção em 3D custa, provavelmente, o dobro da tradicional”, completa.

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Brian Lenz, diretor de desenho de produto e desenvolvimento de projetos de TV da BSkyB, lembrou, em painel sobre o mesmo tema, que o 3D faz o mesmo que o HD, ou seja, melhora a qualidade visual dos programas, mas isso pode não influenciar o conteúdo. “O que é chato continuará chato, assim como o ator ruim continuará a ser ruim em 3D. Ter uma boa história continua a ser essencial”, ressaltou. Daniele Frederico, de Cannes

Fonte:  Tela Viva – News