Por Lúcia Berbert
02 de February de 2010
A adoção de um padrão digital para as emissoras de rádio no Brasil deve vir associada com a possibilidade de desenvolvimento, pelas universidades brasileiras, de soluções que agreguem valores ao serviço. Esta é a opinião do assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. Segundo ele, os sistemas digitais existentes no mundo hoje não trazem uma qualidade muito superior a da apresentada pelas FMs (Frequência Modulada) analógicas.
O desenvolvimento de um middleware semelhante ao Ginga, agregado ao padrão digital de TV terrestre, é apontado por Barbosa como uma possível solução para adicionar valor ao serviço. A possibilidade de fazer pagamentos ou de baixar músicas, mediante pagamento, são exemplos de modelos de negócios sustentáveis para a FM digital. “A mera substituição do sistema hoje existente pelo digital não será suficiente”, frisa.
Barbosa sustenta que o desenvolvimento de soluções deve atender não apenas ao Brasil, mas a outros países, de forma envolver a indústria no projeto. Ele lembra que o país, o segundo maior mercado de rádio do mundo, com oito mil emissoras e que só perde para os Estados Unidos, com 13 mil, deixou de fabricar receptores há 11 anos. “E o rádio no Brasil ainda é um importante meio de comunicação”, disse.
O padrão europeu, o DRM (Digital Radio Mondiale), também tem a preferência de Barbosa por ser um sistema aberto, o que abre a possibilidade de transferência de tecnologia. O sistema ainda está sendo testado no Brasil, mas já arrebata seguidores, especialmente nas universidades. O padrão norte-americano, o IBOC (In-Band-On-Channel), já testado no Brasil, além de depender do pagamento de royalties para sua utilização, apresenta dificuldades nas transmissões em Ondas Médias e Curtas, onde há maior interesse do governo por causa da Amazônia.
O Ministério das Comunicações, que está liderando o processo de escolha do padrão digital de rádio, promete para até o final deste mês a apresentação do relatório comparando as duas tecnologias. Os radiodifusores já manifestaram preferência pelo IBOC. “A decisão é do ministro Hélio Costas”, disse Barbosa.
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