COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Entre dezembro de 2007, quando o SBTVD-T (Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre) foi implementado no Brasil, e dezembro de 2009, os fabricantes de receptores para TV digital -como conversores do tipo set-top box, TVs com conversor integrado e celulares com TV- venderam, em conjunto, 2 milhões de unidades.
Para este ano, esperam vender 5 milhões de unidades, diz Frederico Nogueira, vice-presidente do Fórum SBTVD: “O mercado está otimista por causa da Copa do Mundo”.
Eles contam com uma ajuda do governo. No ano passado, portarias publicadas pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia alteraram o PPB (Processo Produtivo Básico) das TVs de LCD e plasma.
As portarias estabelecem que os fabricantes presentes na Zona Franca de Manaus incorporem conversores para o sinal digital nas TVs. Desde janeiro de 2010, as TVs de plasma de todos os tamanhos e TVs de LCD acima de 32 polegadas já saem da fábrica com conversor integrado.
Para Nogueira, há espaço no mercado para todo tipo de receptor de TV digital, inclusive os set-top boxes. Porém, depois que as TVs com conversor integrado chegaram às lojas, os consumidores passaram a comprar menos set-top boxes.
Reinaldo Romo, diretor-presidente da Cromus, que vendeu muitas unidades para grandes varejistas em 2009, vende pouco desde janeiro de 2010. “Muitos concorrentes saíram do mercado depois que o governo divulgou as duas portarias”, diz ele.
Agora, em vez de continuar fabricando set-top boxes na China, a Cromus desenvolveu um produto que será produzido numa fábrica terceirizada da Zona Franca de Manaus. “Vamos baixar o preço em 20%.”
Para produzir o novo set-top box, Romo investirá R$ 6 milhões até julho. Enquanto isso, ele aproveita para divulgar os produtos em programas de TV populares; tenta explicar aos consumidores que, mesmo com uma TV CRT, a qualidade da imagem melhora quando a TV usa o set-top box.
Para Luciano Hoffmann, diretor de produtos do Walmart, muita gente comprou TVs antes de os fabricantes integrarem o conversor, então ainda há mercado para os set-top boxes. Mas o preço ainda é uma barreira. “Se fosse mais barato, venderíamos muito mais.”
Como os preços das TVs com conversor integrado já estão muito próximos aos preços das TVs sem conversor, a tendência é vender menos set-top boxes, diz Abel Ornelas, diretor comercial do Magazine Luiza. “É um mercado que praticamente deixará de existir”. No Extra, em 2010, as vendas de set-top boxes caíram 15%. (CT)
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