É o que acredita Tim Berners-Lee, criador da internet, que está no país participando do World Wide Web Conference, no Rio
Este é um momento histórico para o Brasil e o mundo. É o que acredita Tim Berners-Lee, criador da web e diretor do World Wide Web Consortium (W3C). Ele está no Brasil para participar da World Wide Web Conference (WWW2013) e, durante a sua visita, fez inúmeros elogios ao Marco Civil da Internet brasileiro, hoje em tramitação na Câmara. Para ele, um dos grandes pontos do documento é a forma como foi elaborado, com ampla participação da sociedade civil, sem interferência do governo.
“Neste momento o Brasil assume papel de liderança, apresentando o Marco Civil para internet. Para mim, é motivo de orgulho estar ao lado de quem lidera este processo”, disse citando o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do Projeto de Lei 2126/2011, que visa regulamentar a internet no Brasil. Os dois participaram de um painel nesta quinta-feira, 16, onde foi discutida a neutralidade na rede.
Para Berners-Lee, a neutralidade na rede é importante para conservar a internet na sua independência. “Precisamos disso da mesma forma que precisamos da independência da mídia e da imprensa. Não pode haver qualquer controle governamental ou de outro tipo, do contrário se perde algo crucial na democracia”, afirmou. Ele acredita que a imprensa tem papel fundamental nesta questão. “Os jornalistas tem a obrigação de garantir que este processo siga em uma direção positiva. O mundo depende da imprensa e da internet independente”, conclui.
PL está na Câmara
Molon informou que no momento o projeto de lei que envolve o Marco Civil da Internet está na Câmara dos Deputados e depois que for votado na casa seguirá para o Senado Federal. “O Congresso conseguiu até o momento reforçar a neutralidade da rede e a proteção à privacidade. Ele está pronto para ir ao plenário, evidente que durante a votação pode sofrer ajuste de texto mas não de conteúdo”, disse.
O deputado informou que a proteção à neutralidade e privacidade estão levantando a resistência dos provedores de conexão. “Eles não se sentem comtemplados. Ao meu ver, em algum momento os parlamentares precisam tomar uma decisão por A ou B. Neste caso, ou se decide pela neutralidade e privacidade, e portanto pelo cidadão, ou pelos interesses dos provedores de conexão. Eu já escolhi o meu lado que é o da neutralidade e privacidade. Tenho forte esperança que o Congresso faça o mesmo o quanto antes”, apontou. Para ele, a pressão social será fundamental para que este seja o caminho seguido. “Não tem data para ser votado, isto depende da nossa mobilização”, concluiu
Fonte:Meio & Mensagem -Mídia