Fonte: Convergência Digital -Telecom
:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital ::
11/06/2013
O fim das transmissões analógicas de televisão chegará
primeiro a Brasília, em março de 2015. A seguir virá São Paulo, em abril, e o
Rio de Janeiro, em maio do mesmo ano. O novo cronograma de adoção da TV Digital
será mesmo escalonado e terá as capitais como foco inicial.
“Tive uma
conversa demorada com a presidenta Dilma sobre TV Digital, na quinta-feira [9/6]
e ela concordou com a proposta que nós fizemos para flexibilizar o calendário de
desligamento do sinal analógico. Vamos publicar o Decreto em poucos dias”,
afirmou nesta terça-feira, 11/6, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Depois de Brasília, São Paulo e Rio, deverá ser a vez de Belo Horizonte
– a partir das maiores cidades, o cronograma vai contar com mais de uma capital
onde o sinal analógico será desligado a cada mês. “Em todas as capitais esse
processo estará concluído até o fim de 2015”, afirma o secretario de Comunicação
Eletrônica do Minicom, Genildo Lins.
Uma nova publicação oficial é
necessária para substituir o previsto no Decreto 5820, que foi editado em 29 de
junho de 2006 e diz expressamente que “o período de transição do sistema de
transmissão analógica para o SBTVD-T será de dez anos, contados a partir da
publicação deste Decreto”.
A decisão do Minicom de começar pelas maiores
cidades – o que significa iniciar a mudança nos centros onde é mais problemática
a limpeza do espectro – está relacionada à disponibilização da faixa de 700 MHz
para a oferta da banda larga móvel. “Vamos começar nos grandes centros para
priorizar a liberação da faixa”, admite Bernardo. “Em mais de 4 mil cidades não
há problema, nem pressa”, complementa.
Um ponto crítico para o projeto é
a disponibilidade de receptores ou de TVs com o conversor. A conta é de que já
tenham sido vendidos entre 30 milhões e 40 milhões de televisores digitais. Como
existem cerca de 62 milhões de domicílios no país, e o cenário é de que, com
alguma concentração, como dois televisores digitais por domicílio até aqui,
faltariam aproximadamente 20 milhões de aparelhos.
“A indústria estima
que vai vender 12 milhões de televisores digitais até a Copa do Mundo. Restariam
8 milhões, que poderíamos incentivar com mecanismos já existentes”, explica
Genildo Lins. A ideia é adaptar uma linha da Caixa Econômica Federal que tem
juros de 1% para a compra de eletrodomésticos – no caso, da linha branca.
“Fizemos simulações e um televisor de 32 polegadas, por R$ 800, poderia
ser adquirido, nesse sistema, em 48 prestações entre R$ 24 e R$ 26”, diz o
secretário de Comunicação Eletrônica do Minicom. “Estamos estudando alguma forma
de subsídio direto ou indireto, via taxa de juros de financiamentos”, completa
Genildo Lins.