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Estudos indicam rejeição crescente do público ao uso de vozes por IA no conteúdo em áudio

São Paulo – Levantamento mostra que parte significativa dos ouvintes abandonaria seus conteúdos favoritos caso fossem utilizados locutores artificiais

Pesquisas recentes acendem um alerta para emissoras e produtores de conteúdo que têm adotado soluções baseadas em inteligência artificial (IA) em suas programações. De acordo com estudo divulgado pela Sounds Profitable, quase metade dos ouvintes entrevistados (47%) afirmou que deixaria de ouvir seus podcasts preferidos caso fossem usados locutores gerados por IA. Entre os mais resistentes, 28% disseram que estariam “muito menos propensos” a continuar acompanhando esse tipo de conteúdo. Acompanhe os detalhes:

O estudo também apontou que apenas 21% do público indicou maior disposição para consumir áudios com recursos de IA. O índice reforça a existência de uma resistência generalizada, especialmente entre os ouvintes com maior escolaridade: entre os que possuem pós-graduação, 49% se mostraram contrários ao uso da tecnologia, contra 37% entre aqueles que não concluíram o ensino médio. Isso indica que a rejeição não está ligada à falta de familiaridade com a tecnologia, mas a preocupações informadas — especialmente quanto ao impacto da IA sobre empregos criativos.

No setor de audiolivros, a percepção sobre a IA também mudou. Levantamento da Audio Publishers Association mostra que, em 2023, 77% dos ouvintes estavam dispostos a consumir livros narrados por vozes artificiais. Em 2025, esse índice caiu para 70%, indicando uma leve, porém relevante, retração.

Enquanto isso, emissoras de rádio nos Estados Unidos já vêm incorporando vozes sintéticas em suas operações. O grupo Audacy, por exemplo, passou a trabalhar com a ElevenLabs em 2024 para criar um banco de vozes para uso em rádio e publicidade. A Saga Communications já emprega vozes de IA para produção de vinhetas e identidade sonora de suas estações. Um dos casos mais notórios foi o da “AI Ashley”, personagem virtual da Alpha Media na Live 95.5 de Portland, que foi descontinuada antes da aquisição da empresa pela Connoisseur Media.

A questão também envolve um cenário mais amplo de adoção da inteligência artificial pela sociedade. Segundo pesquisa da Gallup, apenas 39% dos norte-americanos usam IA regularmente e apenas 8% se consideram “muito conhecedores” da tecnologia. Entretanto, entre os que usam IA, o índice de confiança na tecnologia é o dobro em relação aos não usuários: 46% contra 23%, o que sugere que a familiarização tende a aumentar a aceitação.

Apesar de 62% acreditarem que a IA pode melhorar a produtividade no trabalho e 53% esperarem um impacto positivo na economia, a preocupação com a substituição de empregos persiste. Para 61% dos entrevistados, a tecnologia tende a eliminar mais postos de trabalho do que criar. A inquietação é ainda maior entre os profissionais do rádio: segundo a pesquisa AQ6 da Jacobs Media, realizada em 2024, 77% dos comunicadores demonstraram receio de perderem espaço para soluções artificiais.

Diante do cenário, nomes do setor, como Tom Webster, da Sounds Profitable, vêm defendendo a criação de diretrizes para uso e transparência no emprego de vozes de IA, de modo a proteger anunciantes e manter padrões de qualidade. A expectativa é que o equilíbrio entre inovação tecnológica e autenticidade no conteúdo seja determinante para a aceitação da audiência nos próximos anos.


E por qual razão olhar para lá fora?

O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.


Com informações do Radio Ink
Autor: Carlos Massaro

fonte: TUDO RÁDIO

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