O vice-ministro de Informática e Comunicações de Cuba, Alberto Rodriguez Arufe, disse que o governo cubano vê com simpatia a ideia defendida pelo governo do Brasil de criação de um sistema regional de TV digital na América Latina com base no modelo nipo-brasileiro.
“Creio que seria muito conveniente para o processo de integração da América Latina e para o desenvolvimento e defesa da identidade cultural de nossa região que os países possam ter um sistema comum de TV digital”, afirmou Arufe, depois de se encontrar com o ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Arufe disse que o governo cubano ainda não tomou sua decisão sobre que sistema de TV digital adotará no País, mas que Cuba já vem fazendo testes com os padrões japonês (com as inovações tecnológicas brasileiras), europeu e chinês. Ele afirmou que serão intensificados os testes do sistema nipo-brasileiro nas próximas semanas.
“É uma decisão complexa e valerá por muitos anos”, disse o ministro cubano, acrescentando que estão sendo considerados para a escolha aspectos técnicos, econômicos e políticos.
Ele ressaltou como ponto importante no sistema nipo-brasileiro a possibilidade de se fazer interatividade por meio da TV digital, usando o conversor ou o televisor para algumas funções próprias da internet, entre elas acessar e-mails e sites de serviços públicos.
O governo cubano reivindica no processo de escolha do padrão de TV digital a transferência de tecnologia para produzir aparelhos, formação de pessoal e “algum tipo” de financiamento. Arufe diz que a televisão em Cuba está presente em mais de 90% dos lares e que há no país a fabricação de televisores de 21 e 29 polegadas. A ideia, segundo ele, é modernizar a fábrica para produzir televisores de LCD e conversores digitais.
O vice-ministro disse que, apesar de não haver uma data prevista para a escolha do sistema de TV digital, esta é uma decisão que não pode demorar muito para ser tomada. “A nossa expectativa é de que neste ano teremos uma solução”, afirmou.
O governo brasileiro está concentrando esforços para convencer a Argentina e o Chile a adotar o sistema nipo-brasileiro. Paralelamente, há conversas com os governos do Equador, Paraguai, Venezuela e Cuba. O Peru já anunciou, no mês passado, que adotará o sistema nipo-brasileiro.
Colômbia e Uruguai já decidiram adotar o padrão europeu, mas o governo brasileiro considera a possibilidade de estes dois países voltarem atrás na escolha, caso Argentina e Chile optem pelo sistema nipo-brasileiro.
O mercado brasileiro é de 10 milhões de televisores ao ano. Considerando toda a América do Sul, esse mercado sobe para 20 milhões de televisores. A ideia do Brasil é ampliar a escala de produção e baixar o preço dos equipamentos. O ministro Hélio Costa não deu entrevista após o encontro.