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IMPRENSA » Em processo de adaptação à era digital e reafirmando a força do papel, 129 jornais anunciam ferramenta conjunta que abre possibilidades para o mercado publicitário também na internet. Nova diretoria da ANJ toma posse para o biênio 2014-2016

São Paulo — Os principais jornais do país apresentaram ontem ao mercado publicitário ferramentas que prometem transformar a relação entre a indústria jornalística e os anunciantes, dando mais vigor para a imprensa brasileira. Em um movimento inédito, os 129 títulos filiados à Associação Nacional de Jornais (ANJ) passarão a negociar anúncios no papel e nos portais na internet de forma integrada. A ação conjunta foi anunciada ontem no 10ª Congresso Brasileiro de Jornais, em São Paulo. Pela manhã, a nova diretoria da ANJ para o biênio 2014-2016 tomou posse liderada pelo presidente Carlos Lindenberg Neto (A Gazeta-ES), o vice-presidente secretário Álvaro Augusto Teixeira da Costa (Diários Associados, grupo do Correio Braziliense) e o vice-presidente financeiro Jaime Câmara Júnior (O Popular-GO).

Nos próximos meses, o mercado publicitário poderá anunciar de forma conjunta nos principais portais de notícias brasileiros e ter acesso a uma plataforma que facilitará a divulgação em jornais por todo o país. “Há 35 anos, pioneiros da comunicação no Brasil se uniram na defesa da liberdade de expressão e surgiu a ANJ. Agora, neste momento histórico para a sociedade livre e democrática, nos unimos para revolucionar o processo mercadológico”, destacou Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração do Grupo RBS (RS). Para Sirostky, essa ação permitirá que as empresas jornalísticas mantenham a relevância e a independência financeira e editorial.

“Esta é a primeira vez que mais de 100 jornais estarão unidos para, muito além de defender a importância da liberdade de imprensa, destacar sua força perante o mercado”, comemorou Ana Amélia Filizola, diretora da unidade de jornais do Grupo GRPCOM (PR).O objetivo da campanha da ANJ é reafirmar a importância do papel em um mundo cada vez mais tecnológico e com as novas ferramentas de relacionamento com anunciantes e publicitários. “Queremos reafirmar a força do papel. O alcance digital é fabuloso, mas a relevância do papel continua impressionante”, enfatizou Ana Amélia.

O publicitário Luiz Lara, sócio da Lew’LaraTBWA, foi um dos responsáveis por apresentar o novo posicionamento dos jornais aos principais representantes do mercado da propaganda. “Nunca se consumiu tanta notícia. Consequentemente, nunca se consumiu tanto jornal”, disse, ressaltando que o prestígio das empresas de comunicação acaba transferido para as marcas anunciantes. Lara destacou ainda que as novas plataformas digitais, ao contrário de diminuir a relevância dos veículos impressos, reverberam o jornalismo de qualidade publicado todas as manhãs. “O jornal aumentou seu poder de penetração e ganhou caráter multidimensional.”

Fortalecimento

No discurso de posse para o novo biênio à frente da ANJ Carlos Lindenberg Neto, diretor-geral da Rede Gazeta (ES), valorizou mudanças que fortaleçam as empresas brasileiras de jornalismo. “A receita publicitária é fundamental para continuarmos investindo em jornalismo de qualidade. O vigor da indústria jornalística é vital não apenas para nós, mas para toda a sociedade”, disse. Para Luiz Frias, presidente do Grupo Folha, a valorização junto dos anunciantes também é fundamental no papel do jornalismo brasileiro. “É muito difícil fazer jornalismo crítico e ter uma independência editorial sem ter uma independência econômica. Sou otimista com relação ao futuro do jornalismo profissional, autônimo, isento e plural.”

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