Surtiu efeito a declaração do presidente da Abert, Daniel Slaviero, mostrando insatisfação com o fato de a associação não ter sido convidada pela Anatel para acompanhar os testes com a faixa de 700 MHz. A Anatel, na figura do presidente do Comitê do Espectro e da Órbita, Jarbas Valente, formalizou o convite para que a associação participe do teste, que tem o objetivo de garantir que não haja interferência da TV digital no LTE e vice-versa.
“Fomos formalmente convidados pela Anatel para envolvimento total nos testes que serão realizados”, relata o consultor da Abert, Paulo Ricardo Balduíno. Segundo ele, a Anatel já pediu indicação de especialistas da associação, e também do SindiTelebrasil.
Chegou a ser cogitada pela agência a utilização da infraestrutura LTE montada pela Motorola no Centro Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX) em Brasília. O problema é que neste caso a rede da Motorola – montada para que o Exército teste uma solução voltada para a segurança púbica – opera no arranjo norte-americano e não no da Ásia Pacífico (APT) escolhido pelo Brasil. Essa alternativa, contudo, foi descartada. Segundo Balduíno, serão realizados testes de laboratório e testes de campo no arranjo da APT, mas a agência ainda não definiu o local nem a duração desses estudos. “Nossa colocação nunca foi de que existe um grande problema no Brasil e sim que o assunto é sério e não pode passar despercebido”, argumenta ele.
De toda a forma, o cronograma para que tudo isso aconteça – o replanejamento da distribuição dos canais digitais em um novo Plano Básico de TV Digital (PBTVD) e os testes de laboratório e de campo, ambos os eventos críticos para a constatação da viabilidade da disponibilização da faixa de 698 a 806 MHz em todo o País – preocupa a radiodifusão. A consulta pública do novo arranjo da faixa termina em 45 dias. “O prazo da consulta pública é muito menor que o prazo para que tais atividades possam ser concluídas”, diz Balduíno.
Helton Posseti