Orientação familiar quanto ao acesso à informações sobre o assunto continua fundamental para uma educação sexual plena
Não é novidade que as cenas de sexo são uma das maneiras mais eficientes de aumentar a audiência de um programa de televisão e até mesmo na internet. O que há tempos se discute é a influência dessas cenas no comportamento de crianças e adolescentes. A influência é mesmo enorme, como os pais sempre suspeitaram.
Jovens que assistem com frequência a programas com conteúdo erótico são duas vezes mais propensos à precocidade nas relações sexuais do que aqueles que não vêem esse tipo de espetáculo porque os pais não permitem. É um aprendizado por imitação.
Se todo mundo está falando de sexo e fazendo sexo sem que nenhuma consequência negativa seja mostrada, o jovem pensa: Eu preciso fazer sexo também.
Os programas com cenas de sexo não apenas provocam a antecipação da primeira relação sexual como também levam os jovens a queimar etapas mais rapidamente, ou seja, passar dos beijos para carinhos mais ousados e destes para o sexo.
O surpreendente é que programas que apenas falam sobre sexo parecem ter sobre os adolescentes o mesmo efeito que aqueles que exibem cenas eróticas e o impacto da televisão e internet é grande, e mesmo uma pequena redução na quantidade de sexo que é mostrada poderia ter um efeito substancial no comportamento dos jovens.
É importante que os pais saibam o que o filho vê na televisão ou o que estão acessando na internet. Proibir o jovem de assistir a determinados programas pode, contudo, não ser a melhor saída.
Para o adolescente, tudo o que é proibido ganha mais sabor. O mais indicado é ver o programa junto com o filho, mostrar a diferença entre o que é saudável e o que é perversão e convencê-lo a não assistir a certos programas e falar sobre certos sites.
Pais que tenham filhos nessa faixa etária sabem, não é tarefa nada fácil. Adolescentes, cuidado com o que vocês estão vendo por aí.
Adolescentes que assistem a séries com cenas de sexualidade, ou ficam na internet, são duas vezes mais propensas a engravidar do que aquelas que tem outros hábitos televisivos, pois sabemos que muito sexo na televisão ou internet pode influenciar os adolescentes a iniciarem sua vida sexual mais cedo.
Séries que mostram apenas o aspecto positivo do comportamento sexual sem mostrar os riscos podem levar os adolescentes a fazerem sexo sem proteção antes de eles estarem prontos e bem informados para tomarem tal decisão.
Mas antes de entrar em pânico e sair desligando a TV, percebam que a mídia ajuda a moldar os adolescentes. A maioria dos pais sabe disso. Mas a queda no número de adolescentes grávidas mostra que a TV não é a única influência, pois temos também a internet, revistas e até mesmo alguns jornais.
Eliane Marçal – psicóloga clínica e hipnoterapeuta (Londrina)
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