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Apple TV e o futuro da televisão


Equipamento permite alugar seriados a US$ 1 nos Estados Unidos

As pessoas costumavam se reunir em frente da TV à noite para assistir aos programas mais populares. Isso criava um laço cultural entre todos os habitantes de um país.

O lado negativo: todo mundo tinha que estar na frente da TV à noite.

A exigência de que todos assistissem aos mesmos programas simultaneamente acabou devido ao avanço da tecnologia. Mas o que vai substituir o antigo sistema? Poderemos assinar apenas os canais que queremos? Pagaremos por um episódio de cada vez? A internet vai virar o novo meio de distribuição de TV?

No momento, o futuro da TV ainda é incerto. Mas nos Estados Unidos já há vários sistemas de TV sob demanda na forma de decodificadores.

Somente nessa semana estão sendo lançados, nos Estados Unidos, uma nova versão da Apple TV e do decodificador Roku. Ambos são baratos e incompletos, mas podem ser o caminho para uma TV sob demanda.

Apple TV

A nova Apple TV (US$ 100 nos Estados Unidos) é uma pequena caixa, com cerca de três centímetros de altura. Vem com um elegante controle remoto de alumínio e não tem fonte de alimentação externa. Há apenas um fio para conectar o aparelho à tomada, mas a fonte fica dentro do equipamento.

A Apple TV só funciona com TVs de última geração e transmite áudio e vídeo por meio de uma porta HDMI (o cabo não vem com o aparelho). O equipamento se conecta à redes domésticas e à internet por meio de Wi-Fi ou de um cabo de rede do padrão Ethernet. O menu principal do aparelho oferece quatro recursos principais.

Filmes

A nova Apple TV não tem um disco rígido, então não dá para guardar filmes. Só é possível alugá-los aos custo de US$ 5 e vê-los por meio de streaming, à medida que são baixados para o equipamento.

Todas as restrições idiotas estão lá. Você deve terminar de ver o filme 24 horas após iniciá-lo. E o filme deve ser visto no máximo 30 dias depois de alugado. Muitos filmes não estão no catálogo e alguns podem sair de oferta durante alguns meses, devido a questões legais das fornecedoras de conteúdo.

Tudo isso me faz pensar se algum dos criadores da Apple TV tem filhos. Crianças assistem muitas vezes ao mesmo filme. O que você vai fazer, alugar o mesmo filme duas vezes por semana? . Dá para comprar filmes direto da Apple, mas há uma pegadinha, mais abaixo.

Além disso, como as crianças têm que dormir cedo, muitas vezes é necessário começar a ver um filme à noite e terminá-lo no dia seguinte, algo impossível devido às restrições da Apple TV. Seria tão ruim assim para os estúdios dar dois dias de prazo para ver um filme?

A Apple adora dizer quer seus filmes estão disponíveis no mesmo dia em que saem em DVD. Isso é ótimo. Até recentemente tínhamos que esperar 30 dias até que os filmes chegassem à internet. Mas fique atento: a Apple está falando sobre filmes que podem ser comprados, não alugados na Apple TV. Você não vai achar “Homem de Ferro 2”, “Karate Kid” ou outros para alugar na Apple TV, embora já estejam em DVD.

A qualidade de imagem dos filmes é excelente. Mas pode ser necessário aguardar um ou dois minutos para que o início do filme seja carregado.

Programas de TV

Esse é o fator que pode mudar o mercado. Seriados a US$ 1 por episódio, sob demanda. Imagine: não haveria a necessidade de TV a cabo, nem de canais, ou de equipamentos de gravação de programação de TV. Qualquer programa a qualquer hora por um preço razoável. Se alguma ideia indica o que pode ser o futuro, é essa.

Infelizmente, o futuro requer a participação das redes de TV, e poucas delas gostam dos planos da Apple. Dá para ver alguns programas da ABC/Disney, Fox e BB, mas o catálogo é bem fraco. No momento, programas a US$1 é uma excelente ideia a espera de executivos de TV mais antenados.

Internet

Aqui fica o acesso a vídeos do YouTube, rádios, galerias do Flickr e filmes sob demanda da Netflix (serviço que funciona apenas nos Estados Unidos).

Esse recurso – a habilidade de assistir a 12 mil filmes do catálogo da Netflix a qualquer momento – é um grande avanço. O Netflix já vem embutido em vários players de DVD e TVs nos Estados Unidos, mas você ainda tem que escolher os filmes em um computador e usar a TV apenas para assisti-los. Mas na Apple TV é possível escolher e assistir aos vídeos.

Computadores

A Apple TV pode exibir fotos, músicas e vídeos guardados nos computadores de sua casa. Desde que eles tenham o software iTunes instalado.

Isso é uma forma de contornar as limitações do catálogo da Apple TV. No seu computador dá para alugar e comprar filmes e seriados. E eles podem ser assistidos na TV por meio da Apple TV, desde que os arquivos dos vídeos estejam no computador. Confuso? Sim.

O recurso mais legal da Apple TV é o AirPlay, que permite enviar vídeos guardados em iPhones, iPods Touch ou iPads para a TV. Pode ser útil pra quem começa a ver um programa durante um voo e quer terminar de vê-lo em casa. Infelizmente, a Apple diz que esse recurso só estará disponível em novembro.

Roku, o rival da Apple TV

Um dos exemplos clássicos da oposição entre o “Modo Apple” e o “Modo Aberto” é o rival da Apple TV, a Roku. Produto da Apple: bonito, elegante, simples, sofisticado. Produto aberto: expansível, ilimitado, caótico, qualidade variável (veja também iPhone vs Android, Mac vs PC).

O Roku (US$ 60 ou mais nos Estados Unidos, dependendo da versão) é uma caixa maior e mais feia do que a Apple TV. Funciona tanto em TVs modernas quanto em antigas. Programadores independentes pode criar “canais” para ele, de modo similar a aplicativos. Esses canais podem ser usados para enviar vídeos da web para o equipamento. Há 85 deles no momento.

Alguns vocês devem conhecer: Netflix, Pandora. A maioria é desconhecida: Blubrry, YuppTV, MHz Network, Roxwel.
Para instalar cada um desses “canais” é necessário visitar um site e digitar um código que aparece na tela da TV. Depois disso, é só assistir aos vídeos.

Curiosamente não há um canal do YouTube. A Roku diz que há uma forma de consegui-lo, mas, como ele não está no catálogo padrão, o consumidor médio nunca vai saber como. O mesmo vale para acessar músicas e vídeos guardados em PCs. É possível fazer isso, mas o recurso não vem embutido no aparelho nem é divulgado.

O Roku permite alugar ou comprar filmes, graças à integração com a loja de vídeo da Amazon. É possível comprar os mesmos seriados disponíveis na Apple TV por US$1. Mas nesse caso você está comprando, e não alugando, como acontece no equipamento da Apple.

A Apple diz que a Amazon pode oferecer esse benefício porque perde dinheiro a cada show que vende, um modelo de negócios insustentável. Bom, e daí? Se quiser alugar ou comprar filmes, a Amazon se sai melhor.

O futuro

Então, aqui estamos. No início da era de conteúdo de TV sob demanda com várias empresas disputando o mercado (os primeiros equipamentos com Google TV estão a caminho) e fornecendo produtos ainda inacabados e incompletos.

Dá para escolher entre a experiência agradável, mas limitada, da Apple e a alternativa flexível e de conteúdo desigual da Roku. Ou esperar um pouco mais até que as coisas se ajeitem. O futuro da TV certamente está a caminho, mas não há razão urgente para pular nesse vagão agora.

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

COMUNICADO A TODAS AS EMISSORAS DE RÁDIO, TELEVISÃO E PRODUTORAS

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