A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias fez um apelo ontem aos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Equador, Rafael Correa, para que cessem as intimidações contra a imprensa independente em seus países.
O pedido foi feito em Washington durante uma agenda múltipla do setor da comunicação, que agregou o 67.ºCongresso Mundial de Meios Informativos, o 22.º Fórum Mundial de Editores e o 25.º Fórum Mundial de Publicidade, na capital dos Estados Unidos.
No início de maio, um tribunal da Venezuela proibiu que 22 diretores de veículos de comunicação saíssem do país. Os profissionais da imprensa foram citados em julgamento por difamação em ação proposta pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello. Uma matéria, originalmente veiculada pelo jornal espanhol ABC, foi reproduzida nos veículos controlados pelos acusados sobre supostos vínculos de Cabello com um cartel de tráfico de drogas.
A proibição de Cabello imposta aos diretores preocupa a associação por ser “desproporcional e absolutamente irregular, pois nenhum dos executivos dos meios afetados havia sido convocado pelo tribunal até o momento”.
Já o governo do Equador impôs multas aos veículos que não publicarem retificações ou notícias de “interesse público”. No dia 13 de maio, o governo multou em US$ 3.540 o jornal La Hora por não publicar as contas públicas de uma prefeitura, o que é considerado “tema de interesse público”. Outras dez penalidades semelhantes fizeram com que a publicação se negasse a pagar o valor, declarando-se “em oposição” à medida. “A associação expressa sua profunda preocupação pela falta sistemática de respeito à opinião crítica na Venezuela e no Equador. O uso de ferramentas judiciais e regulatórias destinadas a criar uma atmosfera de intimidação e medo revela a natureza autoritária desses governos”, diz texto do apelo da associação.