O BNDES pretende facilitar a vida das teles nos próximos anos e não deve hesitar ao abrir a carteira para conceder financiamentos a taxas baixas e recursos não-reembolsáveis. De acordo com o presidente da instituição, Luciano Coutinho, até 2016 o BNDES planeja desembolsos de pelo menos R$ 7,5 bilhões ao ano em financiamentos às operadoras, que por sua vez devem totalizar um montante de R$ 100 bilhões entre 2013 e 2016, numa média de R$ 25 bilhões ao ano. “Pretendemos aumentar a participação dos aportes do BNDES na composição do investimento total das operadoras. Há um ciclo em curso em que operadoras e outras empresas terão de fazer investimentos em novas tecnologias para os grandes eventos, a Copa do Mundo e as Olimpíadas e há ainda uma operadora que não estava podendo pedir financiamento e agora pode, por isso o desembolso deve subir”, justifica Coutinho.
Segundo ele, o setor de telecomunicações é o segundo em volume de investimentos, ficando atrás apenas do setor elétrico, que deve aportar cerca de R$ 150 bilhões no quadriênio que se encerra em 2016. Juntos, todos os setores de infraestrutura devem somar R$ 485 bilhões em investimentos no período.
Um fator que deve ajudar na ampliação dos investimentos em telecomunicações é a liberação, pela área jurídica do banco, de “uma empresa” que estava impedida de captar junto ao BNDES. Segundo apurou este noticiário, essa empresa era na verdade o grupo Claro/Net?embratel, que mantinha uma disputa judicial com o banco iniciada quando o BNDES era acionista da Americel, empresa móvel adquirida posteriormente pela Claro. Com a solução dessa pendência, as três empresas do grupo poderiam passara captar recursos junto ao banco. Nos últimos anos, a Net, por exemplo, optou por fazer empréstimos junto à sua controladora America Móvil pois era a única opção equivalente, em termos de custo, ao que o BNDES oferecia.
Inova TICs
O BNDES prepara também o lançamento de edital específico para o segmento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) no montante de cerca de R$ 2,7 bilhões para 2013. “Estamos falando de financiamentos a taxas de 2,5%, 3% ao ano e mais recursos não-reembolsáveis e é importante que haja um diálogo com o setor de telecomunicações para nos ajudar a definir projetos factíveis. Estamos abertos a receber sugestões das empresas”, conclama Coutinho.
A coordenação do Inova TIC está nas mãos do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e a expectativa do presidente do BNDES é de que o edital seja colocado em consulta pública ainda no primeiro semestre do ano.
O Inova TICs é parte do Plano Inova Empresa, que tem um orçamento total de R$ 32,9 bilhões em recursos e que englobará também o Inova Defesa, a ser anunciado em breve em São José dos Campos, com aportes para o complexo aeroespacial e de defesa desenvolver tecnologias satelitais para projetos de grande escala. Coutinho participou do 33º Encontro TeleSíntese, realizado nesta segunda, 6, em São Paulo.
Sonho
Para Coutinho, o Brasil tem os instrumentos necessários para jogar dentro das regras internacionais de comércio, para criar incentivos ao desenvolvimento de inovação e capturar oportunidades no desenvolvimento de produtos e sistemas. “Temos oportunidade de revitalização da indústria dentro de padrões de competitividade. O governo trabalha de maneira coordenada e queremos olhar o futuro com otimismo, com uma perspectiva de que podemos fazer muito mais, devemos e podemos sonhar com o desenvolvimento no Brasil de plataformas inovadoras e de desenvolvimento com empresas rentáveis e saudáveis no setor de telecomunicações”, diz Coutinho, garantindo que esse futuro não é tão longínquo.
Fonte :Pay TV -News -Letícia Cordeiro.