Criminosos
Repórteres sem Fronteiras divulgam uma lista com os maiores inimigos da informação livre, de chefes de Estado até líderes religiosos
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou uma lista com 39 “predadores da liberdade de informação”, que inclui chefes de Estado, políticos, líderes religiosos, milícias e organizações criminosas que censuram, prendem, sequestram, torturam e até matam jornalistas.
A compilação conta com cinco novos nomes: o do novo presidente chinês, Xi Jinping, do grupo jihadista sírio Jabhat al-Nusra, ligado à rede terrorista Al-Qaeda, do partido da Irmandade Muçulmana no Egito, de grupos armados no Paquistão e dos extremistas religiosos das Maldivas.
A lista também inclui líderes de regimes ditatoriais como é o caso de Kim Jong-un na Coreia do Norte, Issaias Afeworki na Eritreia e Gurbanguly Berdymukhamedov no Turcomenistão. Nesses países, assim como na Bielorrússia, Vietnã e outras ditaduras da Ásia Central, o silêncio da comunidade internacional “é mais do que culpado, é cúmplice”. A ONG também pede que os EUA respeitem mais os direitos humanos “escondidos por trás de interesses econômicos e geopolíticos”.
O relatório também cita o Brasil, que caiu nove posições no ranking da liberdade de imprensa. A queda do país na escala acontece em razão do assassinato de cinco jornalistas durante o ano de 2012 e por problemas persistentes que prejudicam o pluralismo da mídia, segundo a ONG.
O fato não é somente um dado negativo para profissionais brasileiros, mas também um exemplo de um padrão de piora em países que servem de modelo para os vizinhos. A Rússia, que tem grande influência nas ex-repúblicas soviéticas, caiu seis posições, enquanto a Índia teve uma queda de nove postos.
No Irã, o presidente Mahmoud Ahmadinejad e o líder supremo da República Islâmica, Ali Khamenei, são acusados de impedir a cobertura independente da eleição presidencial de 14 de Junho. O informe destaca ainda a onda de prisões de jornalistas e detenções registradas desde o “Domingo Negro”, em 27 de janeiro deste ano.
Segundo o relatório, pelo menos 300 jornalistas seguem presos em cadeias em países com governos ditatoriais ou autoritários. Muitos dos presos não tiveram nenhuma acusação formal ou julgamento anterior e passam mais de 10 anos encarcerados, “submetidos a duras condições de vida ou sem poder ver suas famílias ou ter qualquer contato com o exterior”.
No informe, também é denunciada a morte de pelo menos 36 jornalistas nos últimos anos na Síria. Segundo a Anistia Internacional, a Síria é um país altamente perigoso para o trabalho dos jornalistas, que sofrem abusos tanto por parte de autoridades como por grupos armados da oposição.
Fonte:Gazeta do Povo – Curitiba
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