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Digital como estratégia para romper as limitações do dial

O digital vale para testar músicas, programas, ações e até para criar produtos sem impactar na rotina do dial, gerando mais canais de engajamento e negócios

 

Muito se fala no digital como um ambiente perfeito para superar as limitações impostas pelo dial. Mas de quais limitações estamos falando? A primeira coisa que vem na cabeça de radiodifusores e de alguns ouvintes mais assíduos é a limitação geográfica que um sinal de FM possui. Mas como um veículo com forte atuação local, é preciso pensar em outras limitações mais relevantes que são impostas pelo dial. E tendo consciência delas, é possível desenvolver estratégias que até colaboram com o próprio FM/AM. 

 

Talvez a principal limitação esteja relacionada com as regras necessárias para a operação bem sucedida de uma programação que possui apenas 24 horas. Não se pode fazer tudo no dial e, em muitos casos, nem se deve fazer mais do que está no ar. Explico: A programação do ar precisa contar com estratégias que atinjam o maior número de pessoas dentro do target da rádio, uma grade musical previsível dentro de seu formato (atuando como um curador de conteúdo já experimentado), respeitando assim a rotina de seus ouvintes.

 

É preciso inovar na programação ao vivo 24 horas da rádio? Sim, mas é sempre um risco testar algo no ar. Neste caso o digital pode ser um grande aliado: um determinado conteúdo pode começar mais extenso e livre como podcast ou transmissão em vídeo, ganhando já uma versão de drops para a programação da rádio. Se não for muito de nicho e apresentar números interessantes, pode ganhar mais espaços na programação da emissora.

 

O digital é perfeito para testar e também contar com as impressões dos ouvintes: eles vão se manifestar nos canais sociais da rádio e é preciso entender essa movimentação, verificar a relevância de cada “feedback” e trabalhar de forma estratégica a partir do que for coletado. Mas sempre insisto para tomar cuidado com as bolhas: não se pode tomar decisões importantes com base em poucas impressões e/ou de um público sem diversidade (exceto se o conteúdo for propositadamente de nicho).

 

Mas o digital não é apenas um trampolim para o dial. São várias as iniciativas pensadas exclusivamente para o digital. Se der muito certo, pode ser adaptado para a rádio. Mas esses conteúdos específicos também podem ficar apenas em podcast, canal de vídeo, etc. Isso amplia a oferta de conteúdos oferecidos pela emissora, claro que respeitando o DNA da rádio e de seu público. Um exemplo: uma rádio que é muito musical por estratégia, pode contar um drops sobre mercado e economia. Esse mesmo drops pode ser uma série de podcasts, mais extensa, nas plataformas digitais da rádio. E pode até mesmo desenrolar entrevistas, especiais, etc. Todo esse guarda-chuva do “drops de mercado e economia” pode ainda ser oferecido para anunciantes interessados nesse segmento.

 

O básico também segue valendo, como replicar a transmissão do ar em AM/FM para o streaming de áudio, ou seja, o famoso simulcast. Nunca é tarde para lembrar que o consumo de rádio (da programação ao vivo, linear…) é híbrido. O ouvinte sintoniza a programação e/ou conecta à ela, a depender de qual dispositivo esteja ao alcance dele naquele momento.

 

Pense na marca da rádio. Pense no perfil do ouvinte. Entenda que a emissora é uma referência para a audiência e para a sua comunidade. Com o digital, é possível ampliar essa oferta de conteúdo personalizado, ampliando também o engajamento de seu público com as iniciativas da rádio. Dá trabalho? Com certeza, mas também gera muita oportunidade.

 

FONTE: TUDO RÁDIO – AESP

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