As emissoras de TV devem levar de cinco a dez anos para começar a fazer investimentos na evolução da tecnologia de alta definição, o 8K. Por enquanto, estão direcionando recursos para o 4K, que já representa qualidade superior à disponível atualmente.
“Vai levar tempo para o 8K se estabilizar porque o 4K ainda está em processo de estabilização”, disse José Dias, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Globo, durante a Expo SET, congresso sobre tecnologia para TV que acontece em São Paulo até amanhã. “Vai se aprender muito ainda”, afirmou.
Conhecidas como tecnologias de resolução ultra-alta, o 4K e o 8K estão em desenvolvimento há bastante tempo, mas só começaram a virar uma realidade nos últimos três anos. No fim de 2013, as primeiras TVs e equipamentos de gravação e edição de conteúdo compatíveis com o 4K começaram a chegar ao mercado. Em paralelo, começaram os testes com o 8K. No ano passado, a Globo e a japonesa NHK filmaram o carnaval do Rio com a tecnologia. Na Copa do Mundo, nove jogos foram transmitidos com o sistema.
Para o telespectador, as duas tecnologias significam receber uma imagem com mais resolução. No caso do 4K, o avanço é bem mais perceptível, pois são 16 vezes a qualidade da alta definição atual, o padrão HD. Quando chegar o 8K, a diferença pode não ser tão fácil de ser notada: a tecnologia é duas vezes melhor que o 4K. Em termos práticos, isso
significa ter em casa uma tela cada vez maior, sem precisar de uma sala que aumente na mesma proporção. No 8K, também há um avanço de quase cinco vezes em termos de qualidade de áudio.
Para Dias, educar o espectador será um desafio para a disseminação das tecnologias. “Hoje tem muita gente com TV digital assistindo a conteúdo em baixa definição e achando o máximo”, disse.
A NHK hoje lidera os esforços no desenvolvimento da tecnologia. Segundo Hiroyuki Okubo, engenheiro de pesquisa da emissora, a expectativa é ter a tecnologia pronta para uso em 2016, com início das transmissões para o público previsto para 2020. A NHK começou o desenvolvimento do 8K há mais de 10 anos. A tecnologia é considerada o limite possível para um aparelho de TV doméstico e também o máximo que o olho humano pode reconhecer em termos de qualidade de imagem. Acima disso, já não é possível detectar a diferença.
Fonte:Valor Econômico-Empresas – SET