A busca da imagem perfeita parece não ter fim. Os maiores fabricantes de televisores do mundo – como Samsung, LG, Sony, Panasonic, Toshiba e Sharp – apresentam a cada dia avanços mais surpreendentes na qualidade das imagens de alta definição. O mais importante deles é a tecnologia 4K, que leva à chamada Super High Definition (Super HD).

Criada originalmente para atender às exigências do cinema digital, a tecnologia 4K deverá chegar dentro de dois ou três anos a nossas casas e ao nosso home theater. Imagine o prazer que será assistir à Copa de 2014 ou as Olimpíadas de 2016 com imagens 4K, tridimensionais, projetadas sobre uma tela de 200 polegadas (5 metros) de diagonal.

A Sony foi a primeira empresa a lançar os primeiros monitores e televisores 4K, no feira de tecnologia NAB Show, em Las Vegas, no ano passado. Outros fabricantes anunciaram também seus planos nessa linha. Agora, novo lançamento pioneiro da Sony: a primeira câmera para filmar cenas com a qualidade 4K, com auxílio de um sensor CMOS, que eleva a definição a 20,4 milhões de pixels, uma resolução 8 vezes superior à da Full HD. Com esse sensor, diz a Sony, obtém-se “o verdadeiro desempenho das imagens 4K”. E o mais surpreendente é que a Sony está anunciando um monitor, que combina três avanços extraordinários: a tecnologia 4K, a tela de LED orgânico (OLED, sigla de Organic Light Emmitting Diode) e as imagens 3D. E o próximo salto é a tecnologia 8K.

Um dos painéis mais interessantes da NAB Show deste ano foi dedicado aos avanços na qualidade das imagens e do som em TV. Coordenado por Curtis Clark, cineasta e presidente da American Society of Cinematographers Technology, o debate contou com representantes da Sony Pictures Entertainment e da Walt Disney Studios, entre outros.

Para esses especialistas, as imagens com resolução superior a 4K ou 8K terão grande impacto psicológico nos telespectadores e estimularão os produtores e cineastas a aprimorar cada vez mais a qualidade dos filmes e documentários em 3D. Em algumas incursões futuristas, eles preveem até a evolução da qualidade da imagem de alta definição para 16K e 32K num horizonte de 10 a 15 anos.

Revolução digital. Num dos mais concorridos seminários sobre as novas tecnologias de 3D e de avanços na qualidade da imagem, o diretor Eric Brevig debateu as vantagens extraordinárias das novas tecnologias de computação gráfica, 3D e alta definição na produção do filme de animação Yogi Bear (o Zé Colmeia). “É incrível como ganhamos produtividade e podemos introduzir efeitos magníficos, nas imagens e no áudio”, diz Brevig.

Noutra sessão de tecnologia de cinema digital, o engenheiro-chefe da rede B-Sky-B, Chris Johns, contou como tem utilizado a tecnologia 3D na transmissão de eventos esportivos na Grã-Bretanha, em especial no futebol. “Nada encanta mais o telespectador do que as imagens de alta definição em 3D, com a dinâmica dos esportes, em transmissões ao vivo”, diz.

Noutro painel específico sobre os avanços na imagem e no som, os participantes debateram os diversos modos pelos quais a tecnologia nos ajudará a alcançar a perfeição tanto no áudio como no vídeo, “com muito mais pixels e maior profundidade de bits”. As demonstrações feitas no auditório desse debate realmente foram convincentes, a partir da própria experiência auditiva e visual dos presentes, mostrando-lhes a “profundidade dos bits” e questões teoricamente tão inacessíveis e que pouco interessam ao telespectador, como a comparação de resultados entre “16 bits linear e 14 bits logarítmicos”.

Na área de áudio avançado, a grande preocupação agora é com a sincronização e a captação conjunta de imagens e sons com a tecnologia 7.1, que é uma evolução extraordinária dos padrões anteriores de surround 5.1 e que começa ganhar a preferência das melhores salas de cinema digital. Esses mesmos avanços já estão presentes em gravações do tipo Blu-ray 3D. Um bom exemplo do uso dessa tecnologia de áudio em cinema 3D é o filme Toy Story 3.

Público
92,7 mil
pessoas devem passar pela feira NAB Show, em Las Vegas, considerado o maior evento de multimídia e imagem eletrônica do mundo. Desse total, 25 mil serão visitantes de 151 países diferentes