A missão institucional do Google com a organização da informação foi reforçada nesta quarta-feira, 27, data em que a empresa, em apoio à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), lança o site Eleição Transparente. O projeto, liderado pela associação, teve aporte de R$ 120 mil da empresa de internet para ser viabilizado.
A ideia é que casos de censura judicial, mais expressivos durante o período eleitoral, sejam reunidos e divulgados. O espaço, além de poder ser consultado pelos internautas que querem informação sobre política, vai servir, principalmente, para duas frentes: companhias de comunicação e tecnologia – que poderão divulgar ações judiciais recebidas de candidatos – e jornalistas – que encontrarão dados organizados que podem servir de base para suas pautas).
Com o apoio de 17 empresas, como Folha, Estadão, Zero Hora, Diário do Grande ABC, Ibope e O Tempo, a página chega com ideia simples: mostrar quem está pedindo para tirar o conteúdo do ar. Ao acessar o site, é possível filtrar os dados por partido, candidato, estado, cargo e empresas que precisaram remover informações por causa de ações judiciais.
Em conversa com a reportagem do Comunique-se, a diretora jurídica do Google no Brasil, Fabiana Siviero, explica que a gigante das buscas acredita mais no diálogo do que na “censura”. “Se tratando de internet, que é um território tão livre, melhor que mandar remover todos os conteúdos seria a possibilidade de debate, em que os candidatos optassem por responder o que acharam ofensivo. Acreditamos que a atitude seria mais útil para o eleitor, que poderia contrapor as versões e formar sua própria opinião”.
Diante das mudanças impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Google conta que a ideia de apoiar o projeto junto à Abraji tem como objetivo organizar as informações para que as pessoas saibam quais são os partidos e políticos que requerem as exclusões. “O Google tem como missão fazer com que a informação seja disponibilizada para todos. Temos recebido ordens e removido conteúdos. Muitas vezes essas decisões não são acessíveis aos internautas e jornalistas”.
O Eleição Transparente vai funcionar da seguinte maneira: a plataforma vai reunir informações sobre ordens de retirada de conteúdo, que são alimentadas pelos veículos e empresas notificadas. A Abraji conta que o site foi desenvolvido de maneira que o usuário não sentisse dificuldade para navegar e com interface amigável. Os dados reunidos no local podem ser usados para formatar possíveis pautas para os veículos de comunicação. A ideia é que a página seja continuada após as eleições atendendo outras demandas além da política.
Fonte:Comunique-se