Apenas três empresas concentram quase 90% do mercado de banda larga no País
Gerusa Marques
A criação de uma estrutura de banda larga pública tem também o objetivo de estimular o surgimento de pequenos provedores de internet para atuarem em cidades ou nichos de mercado pouco atrativos para as grandes empresas de telecomunicações. A constatação de um dos estudos que serão apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que apenas três empresas – Telefônica, Net e Oi – concentram 86% do mercado de banda larga fixa no País.
Essa rede principal, que deverá ser montada com a infraestrutura das estatais, seria usada como alternativa às redes das teles e seria alugada a preços mais competitivos para pequenos provedores, que fariam as instalações até o cliente final. Outro objetivo do Plano Nacional de Banda Larga é o de interligar, com internet em alta velocidade, 135 mil pontos de governo em 4.245 municípios.
CONEXÃO
Segundo a proposta do secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, com as redes da Petrobrás, Eletrobrás e Eletronet, é possível levar banda larga a 59 mil escolas rurais e 45 mil hospitais e postos de saúde. Também seriam interligadas 5.523 delegacias de polícia, entre outros pontos de governo.
ACESSO
A realidade do Brasil, apresentada em seminário na semana passada pelo coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez, é de que apenas 31,2% do total de domicílios brasileiros possuem computadores e só 23,8% têm acesso à internet.
Do total de residências conectadas à rede mundial de computadores, apenas 13% têm acesso em banda larga, segundo dados do Comitê Gestor de Internet (CGI), citados pelo assessor da Presidência.
O alto preço dos serviços também preocupa o governo e, de acordo com Alvarez, é o principal motivo apontado em pesquisa do CGI para falta de acesso à banda larga no País.
Segundo ele, uma conexão em baixa velocidade (200 quilobits por segundo) custa, em Manaus, R$ 119,90, o mesmo preço pago em São Paulo por uma conexão em alta velocidade, de 6 megabit por segundo.
“Nosso desafio é propiciar a massificação dos serviços de conexão em banda larga, independentemente de localização geográfica, com preços acessíveis e qualidade satisfatória”, afirmou Alvarez, no seminário.
Fonte: O Estado de S.Paulo – Economia & Negócios
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