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Hitachi leva aparelho brasileiro ao Japão para disputar espaço


Os japoneses vão assistir à TV digital com tecnologia brasileira. Transmissores fabricados pela empresa Linear – que tem sede em Minas Gerais e foi adquirida na semana passada pelo grupo Hitachi – podem, em breve, começar a disputar mercado no Japão com NEC e Toshiba.

O plano da Hitachi é transformar a Linear em uma empresa dedicada principalmente à exportação. Hoje, o foco é o Brasil. O grande filão de negócios será o Japão, que em quatro anos dará início a uma onda de substituições de seus transmissores. A previsão é que os primeiros embarques para o país ocorram, no entanto, já em 2012.

Os transmissores são usados pelas emissoras de TV e por suas repetidoras para transmitir sua programação em formato digital.

A Hitachi Kokusai, unidade do grupo responsável pela aquisição da Linear, produz equipamentos eletrônicos, com foco em sistemas de comunicação e informação, sistemas para emissoras de TV e semicondutores.

A aquisição da Linear foi finalizada na terça-feira, após um acordo prévio firmado em agosto. Na quinta-feira, executivos japoneses apresentaram o primeiro plano de ação aos quatro sócios da Linear, que passam a ser diretores da recém-criada Hitachi Kokusai Linear Equipamentos Eletrônicos S.A. O valor da operação é mantido em sigilo pelos executivos das duas empresas.

“Um dos objetivos apresentados é o aumento da produção de transmissores em 50% até o fim de 2012 em relação a este ano”, disse Carlos Fructuoso, um dos sócios da Linear. “Isso será possível devido à entrada em um novo mercado, que é o Japão”, afirmou. “Contamos também com o crescimento das vendas no Brasil em face dos trabalhos que serão realizados aqui.”

Outro objetivo, disse o executivo, é que a empresa passe a exportar cerca de 70% de sua produção. Embora a Linear já tenha experiência em exportação – com vendas para clientes em 40 países – o mercado externo representa atualmente menos de 20% de sua receita total.

Shigeru Kimura, presidente da nova Hitachi/Linear, foi quem apresentou o plano na reunião de quinta-feira, na sede da Linear, em Santa Rita do Sapucaí, cidade do sul de Minas que é um dos mais antigos polos da indústria eletrônica do Brasil.

A capacidade de produção da Linear passará de 200 para 300 transmissores por mês. Dos atuais 350 funcionários (320 deles no Brasil e 30 na fábrica da empresa no Estado de Illinois, nos Estados Unidos, também adquirida pela Hitachi), a empresa prevê fechar 2012 com 500 profissionais, segundo Fructuoso.

Quanto será investido nessas mudanças é algo que, segundo Yasutoshi Miyoshi, um dos representantes da Hitachi no Brasil, “ainda não está pronto para ser divulgado”.

Miyoshi é quem explica porque a Hitachi, sediada em um país com tradição de excelência em tecnologia, decidiu comprar uma companhia brasileira para ganhar competitividade no mercado japonês. “Isso de achar que o Japão está sempre avançado em tecnologia é um equívoco. A tecnologia desenhada no Brasil é muito respeitada e é justamente isso o que a Linear tem”, disse ele. “O padrão dos transmissores que eles fabricam é nipo-brasileiro, baseado em tecnologia japonesa, mas com avanços que os tornam aprimorados.”

Miyoshi diz que a Hitachi e suas duas principais concorrentes em transmissores para TV digital – a NEC e a Toshiba – têm praticamente um terço cada uma desse mercado no Japão. Com a aquisição, a ideia é ganhar terreno. “As concorrentes não possuem um produto como esse [da Linear], que tem custo e desempenho melhores. A nossa visão é que esse passe a ser o novo padrão do parque que virá a ser renovado. Em quatro ou cinco anos virá o primeiro ciclo de reposição de transmissores digitais do Japão”. Quando isso ocorrer, a Hitachi espera estar em uma posição favorável para disputar contratos das redes privadas de TV e da emissora pública, a NHK.

A Linear, conta Carlos Fructuoso, começou a trabalhar com transmissores para TV digital em 2003. A primeira versão foi apresentada em 2007. O produto está na quarta versão. O diferencial é o custo menor e a economia no consumo de energia, diz o executivo.

Fundada em 1977, a Linear registrou receita de R$ 48 milhões em 2010 e prevê fechar este ano com R$ 60 milhões. A estimativa para 2012 é de R$ 90 milhões. “A empresa está capitalizada, a ponto de, por falta de linha de crédito, financiar os clientes”, diz Fructuoso.



Fonte: Valor Econômico – Empresas

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

COMUNICADO A TODAS AS EMISSORAS DE RÁDIO, TELEVISÃO E PRODUTORAS

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