SERTESP - Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo

Sindicato das Empresas de Rádio e
Televisão no Estado de São Paulo

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Jornalistas devem ser jornalistas. E empreendedores

Recentemente, estive com alunos de primeira viagem no jornalismo para discutirmos um
assunto da moda: mídias sociais. Entre um debate e outro foi possível perceber certa ausência de empreendedorismo. Na verdade, uma ausência quase completa. Muitos estavam ansiosos por começarem na área, mas não mencionaram o fato de trabalharem como free lancers ou em canais próprios, como blogs. Ainda fazemos empregados, não empreendedores. Todo o sistema educacional brasileiro é fadado a montar uma massa de pessoas aptas a receber ordens e desempenhar de forma exemplar suas funções, mas não são estimuladas a criar suas empresas ou ao menos parcerias paralelas ao já saturadíssimo e tradicional mercado de comunicação.
O certo “conforto” e “status” oferecido pelas carteiras profissionais assinadas com grandes meios de comunicação faz com que uma legião de estudantes sonhe em repetir o óbvio, evitando uma inovação própria ou um confronto direto com os moldes jornalísticos vigentes.
Perde o estudante, perde o mercado de comunicação, perde o jornalismo e, principalmente,
perde a sociedade, pois não consegue ter um jornalismo inovador com mentes inovadoras.
Ao criar empreendedores – e não empregados –, o sistema educacional americano consegue
plantar milhares de sementes inquietas em busca de criações próprias. O resultado? Empresas
de tecnologia de ponta, estudos sobre mídia ou novos padrões de se pensar jornalismo. A
mídia precisa se reinventar constantemente, mas os futuros jornalistas devem adentrar esse
mercado com algum fôlego que os diferencie nos mais variados segmentos.
Uma mídia para chamar de sua
Não é por acaso que grandes conglomerados de blogs ou jornalistas individuais possuem tanto
peso no mercado de mídia norte-americano. Em uma sociedade acostumada a ter jovens
ousados e inovadores, aceitar canais paralelos aos da grande mídia chega a ser algo natural.
No Brasil, contamos nos dedos blogs que conseguem um respeito significativo. E, algumas
vezes, esse respeito só é conquistado pelo fato do canal estar vinculado a um grande portal ou
jornal.
Jornalistas, criem mais. O fato da quase obrigatoriedade de aprenderem noções de
programação, empreendedorismo, design ou outras atividades deveria ser, por si só,
combustível suficiente para que os nossos futuros jornalistas – e os que já estão no mercado –atuem de maneira mais agressiva. É gratificante trabalhar para uma grande mídia, porém mais gratificante ainda é criar uma mídia para chamar de sua.
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Fonte:[Cleyton Carlos Torres é jornalista, pós-graduado em assessoria de imprensa, gestão da comunicação e marketing e pós-graduado em política e sociedade no Brasil contemporâneo]

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

COMUNICADO A TODAS AS EMISSORAS DE RÁDIO, TELEVISÃO E PRODUTORAS

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