A implantação das redes de TV digital aberta no Brasil está avançando bem mais rápido do que o cronograma estipulado pelo governo. Mas isso não significa que as relações entre o Ministério das Comunicações, emissoras e fabricantes de equipamentos digitais esteja totalmente pacificada. Isso porque a venda de aparelhos para recepção continua baixa. Nesta terça-feira, 14, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, reclamou da falta de informações sobre as características técnicas do sistema de TV digital, o que tem deixado os consumidores confusos na hora de adquirir uma nova TV ou um set top box para receber os sinais digitais.

“O consumidor está mal informado. Agora, quem tem que divulgar isso? É a televisão”, cobrou o ministro durante a assinatura de mais duas consignações de canais digitais para emissoras no estado de São Paulo. “É lamentável (a falta de informação). Nós demos um passo extraordinário, fizemos um avanço espetacular no tempo e não estamos sabendo popularizar a TV digital”, complementou.

Segundo Costa, o cronograma de implantação está bastante adiantado e cidade como Mogi das Cruzes e Sorocaba – ambas em São Paulo e que conquistaram os canais digitais na tarde de hoje – só estavam previstas para iniciar a migração daqui a dois anos. A realização de uma campanha de divulgação dos equipamentos pelo próprio governo foi descartada pelo ministro. Para ele, o esclarecimento deve ser feito por quem “ganha” com a implantação da TV digital no país e isso inclui os fabricantes de equipamentos.

A partir de dezembro deste ano, todas as TVs acima de 32 polegadas deverão ser vendidas com conversores embutidos, o que, na opinião de Hélio Costa, deverá facilitar o acesso da população aos produtos na medida em que minimiza as dúvidas técnicas da clientela. “Ai não vai ter mais como fugir da TV digital”, resumiu o ministro. Mariana Mazza.