O NAB Show 2022 foi iniciado oficialmente neste domingo (24) no Las Vegas Convention Center. E logo no primeiro dia de trabalhos ocorreu um painel totalmente dedicado ao rádio, que procurou retomar as discussões centrais que eram debatidas em 2019, ano do último evento presencial do NAB Show. E é unânime a sensação de que “o negócio de rádio” de hoje é bem diferente daquele do pré-pandemia (covid-19), com desafios imensos na retenção de talentos nas equipes e também a evolução das receitas digitais. O primeiro painel de rádio no NAB Show foi moderado por Erica Farber, CEO da RAB (Radio Advertising Bureau).
Com a pergunta central “Em que negócio você está?” aos executivos de rádio que estavam presentes, respostas como “O negócio em que estamos agora é muito diferente de 2019”, dada por Sabina Widmann, gerente geral de rádio regional da TelevisaUnivision. A profissional toma como base os efeitos de uma pandemia global que afetou das mais diversas maneiras todos os segmentos econômicos.
A executiva lembra que o rádio passa por um processo de intensa reestruturação de suas equipes, com muitas demissões ocorrendo nos principais grupos dos Estados Unidos. E é adicionado um fator complicador que é uma “crise de saúde mental” ocasionada pelas dificuldades impostas pelo durante e no pós pandemia da covid-19.
“Nosso maior capital é nossa equipe, por isso passamos muito tempo analisando internamente como podemos reter nossos funcionários. Essa pandemia foi o terremoto e agora estamos vivendo um tsunami, que é uma crise de saúde mental”, afirma Widmann. A executiva afirma que trata-se de um assunto desconfortável, mas também é uma crise real. “Cada um de seus funcionários provavelmente está sentindo essa pressão da pandemia de maneiras muito diferentes. Portanto, a maneira como lidamos com nossos funcionários, a maneira como nos colocamos à disposição deles, é fundamental”.
Como desafio adicional e não menos importante, os anunciantes também estão “lutando” para entender e atuar em um cenário mais completo de mídia e marketing. “Nesse ambiente, eles esperam cada vez mais ver evidências tangíveis de retorno sobre seu investimento”, destaca uma reportagem do portal Inside Radio, sobre o painel deste domingo na NAB Show 2022.
Para Taja Graham, presidente de mercado da Emmis Communications em Indianápolis, é importante que as emissoras ofereçam soluções integradas de marketing para os anunciantes. “Tudo funciona em conjunto (…) isso também nos permitiu ser realmente inteligentes sobre nossas habilidades para gerar leads e inbound marketing muito criativos, utilizando isso como nossa marca de marketing. Portanto, é tudo um foco de um canal”, explica Graham.
Novos comportamentos de consumo de mídia
A retomada das atividades pós fechamentos ocasionados pela pandemia da covid-19 também expõe os novos comportamentos de mídia entre a população nos Estados Unidos, o que serve de alerta para as emissoras sobre a necessidade de adaptar seus produtos, com a finalidade de se manter relevantes.
“Temos que pensar na aderência do nosso conteúdo e na relevância dele para o público. Onde eles estão atualmente coletando informações? E estamos nos lugares certos para entregar a esse público de maneira significativa? Então, é o conteúdo e a capacidade de entregar nos espaços certos” disse Graham.
Crescimento do digital na receita dos grupos
Outro ponto importante discutido no painel e que foi repercutido pelo portal norte-americano Inside Radio é o crescimento da fatia do digital no faturamento dos grupos de rádio. O tudoradio.com já havia apontado essa tendência com base na divulgação dos balanços financeiros de gigantes do ramo, como iHeartMedia, Audacy e Cumulus Media.
A reportagem do Inside Radio relata que, quando um dos participantes do painel, Bob Leighton, ingressou na Leighton Broadcasting em 2017, a empresa de rádio de segunda geração obteve 99% de sua receita com rádio. Hoje, 71% vem da publicidade da transmissão terrestre de FM e AM em suas 26 estações (espalhadas por sete mercados), enquanto o restante é de iniciativas digitais, eventos e ações promocionais.
“Era importante para nós tentar crescer nessas novas áreas sem sacrificar as vendas de rádio (…) tivemos um crescimento nas vendas de transmissão, (e) meio que estagnaram nos últimos anos, mas agora está voltando a subir. É a transmissão mais o digital que está impulsionando nosso crescimento nos últimos anos”, finaliza Leighton.
Com informações do portal Inside Radio e do NAB Show
FONTE: TUDO RÁDIO / AESP