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País tem desigualdade em acesso a tecnologias

Resultado em alguns bairros paulistanos é próximo de níveis europeus, mas contato é quase nulo em regiões do Maranhão, segundo pesquisa da FGV.

O Brasil está um pouco acima da média mundial quando o assunto é acesso a tecnologias da comunicação, mas as desigualdades internas são grandes: o resultado no bairro paulistano de Moema é tão bom quanto na Holanda. No entanto, em regiões do Maranhão o contato com tecnologia é quase nulo.

Segundo o Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular, o Itic, lançado ontem pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a taxa de acesso a essas tecnologias no Brasil ficou em 51,3%. O País ficou em 72º no ranking global.

O indicador, com base em dados de pesquisa global do instituto Gallup do ano passado e no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, mede o acesso das pessoas com mais de 15 anos de idade a celular, internet via computador, telefone fixo e computador sem acesso à rede. O índice agregado é uma média do acesso às quatro tecnologias.

O Itic de Moema é de 93%, contra 83,9% na região da Lagoa – que engloba Leblon e Ipanema, entre outros bairros -, melhor índice do Rio. Se fosse um país, Moema seria quinta colocada no ranking mundial, atrás da Nova Zelândia e acima da Holanda. O país com o melhor Itic é a Suécia (95,8%), seguida da Islândia (95,5%). A média mundial é 49,1%, e a maioria das nações nas últimas posições fica na África.

Além de Moema, outros oito bairros paulistanos (Jardim Paulista, Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Perdizes, Vila Mariana, Pinheiros, Saúde e Consolação) estão à frente do melhor resultado no Rio. Apesar das altas taxas de alguns bairros, São Paulo e Rio estão mal colocados no ranking nacional, em 19º e 20º lugares, com 71,8% e 71,6%.

No ranking nacional, o estudo da FGV usa o Censo 2010 como base de dados. As melhores cidades são São Caetano do Sul (82,6%), Santos (78,2%), Florianópolis (77%), Vitória (76,6%) e Niterói (76%). Segundo o economista Marcelo Neri, pesquisador do CPS/FGV e coordenador do estudo, esses municípios se destacam também em renda e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A pior cidade do País no ranking do Itic é Fernando Falcão, no Maranhão, com 3,7%.

O pesquisador da FGV também chamou atenção para o Itic do Complexo do Alemão, conjunto de favelas do Rio, que ficou com 50,8%. É o pior resultado da cidade, mas ainda assim está acima da média mundial.

“O Complexo do Alemão é uma área pobre em uma cidade rica”, explicou Neri, completando que as essas áreas aproveitam-se da mesma infraestrutura, diferentemente das áreas rurais. Ligações ilegais de internet e telefone também podem influenciar na pesquisa.

Telefone móvel. Entre as conclusões do estudo, Neri chamou atenção para a abrangência do celular no Brasil. Excluído o índice o acesso a celular, o Itic do País cai a 39,3%. Neri defendeu a importância dos telefones móveis nas políticas de inclusão digital. “Dois terços dos pobres do Brasil têm celular. O celular é um dispositivo que está onde as pessoas estão”, disse.

Fonte:O Estado de S.Paulo -Economia & Negócios

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

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