BRASÍLIA. Para tentar estancar sua primeira crise ministerial, a presidente Dilma Rousseff enquadrou a cúpula do Ministério da Cultura para acabar com o “fogo amigo” de petistas contra a ministra Ana de Hollanda. A pedido de Dilma, o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho, reuniu-se na quarta-feira, por duas horas, com a própria ministra, Morgana Eneile – dirigente do PT nomeada assessora especial de Hollanda -, outros assessores da pasta e dirigentes de entidades ligadas ao ministério.

Carvalho pediu “coesão” em torno da ministra e defendeu a “transparência” na pasta. Foi o primeiro movimento do Palácio do Planalto para, externamente, mostrar que Ana de Hollanda está prestigiada e tentar neutralizar os ataques contra ela. “Quando bate uma crise dessa, se a equipe não se junta, gera insegurança”, disse Carvalho após o encontro.

Em discurso de recado aos adversários de Ana de Hollanda, o secretário disse: “Vai quebrar a cara quem tentar desestabilizar a ministra. O governo está fechado com ela. Não há hipótese de substituição”. Para ele, a ministra é vítima de uma “orquestração sórdida”. Ana de Hollanda pouco falou. Quando o fez, procurou mostrar que está trabalhando normalmente.

“Fica firme”. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff deu uma demonstração pessoal de apoio à ministra da Cultura, cuja permanência no cargo foi colocada em dúvida nesta semana por setores do PT e do governo. Dilma cruzou com a ministra ao deixar o salão nobre do Planalto, após um evento, virou-se, colocou as mãos em seus ombros e disse, antes de entrar no elevador: “Fica firme, Ana”. A ministra retribuiu com um sorriso.

A campanha contra Ana de Hollanda deve-se principalmente a intenso debate sobre a mudança na Lei de Direito Autoral, à suspensão de pagamento de convênios e à retirada, do site da pasta, de uma licença para uso de conteúdo.