Enquanto o staff da Anatel corre contra o relógio para acertar os ainda inúmeros problemas que envolvem a licitação da 4G, pautada para ser aprovada amanhã (12) pelo conselho diretor, a venda da frequência de 3,5 GHz este ano ainda não foi descartada. A agência decidiu criar dois grupos técnicos – o das comunicações terrestres e o das comunicações via satélite- para resolver o inbroglio em torno da faixa de 3,5 GHz, que o governo quer ver leiloada para a banda larga, mas as emissoras de TV abertas e os operadores de satélite alegam que esta alternativa colocaria em risco a transmissão de TV feita hoje pelas antenas parabólicas em banda C.

Os dois grupos resolveram recomeçar o debate e vão promover reuniões com a maioria dos stakeholders – fornecedores, instaladores, operadores de satélite e de sinais terrestres, e fabricantes de equipamentos- mas a proposta técnica terá que estar pronta no final de junho, informam fontes da agência.

Segundo este interlocutor, uma das propostas apresentadas pelas emissoras de radiodifusão não poderá ser contemplada neste primeiro momento. Isto porque, explica, as emissoras de TV reivindicaram também o uso de uma faixa inferior – entre 3,3 e 3,4 GHz- para a transmissão de seus sinais. Só que este pleito não atenderia ao objetivo final do grupo, que é decidir sobre qual a melhor forma de fazer com que a banda larga possa ser oferecida na faixa 3,5 GHz, sem provocar a interferência na banda C.

Todas as alternativas estão na mesa. Desde o deslocamento dos sinais de TV terrestres para uma faixa mais alta (hoje, a banda C vai de 3,7 GHz a 4,2 GHz, e a banda C estendida, de 3,625 a 3,7 GHz); a redução da oferta de espectro na licitação da banda larga; a certificação, pela Anatel, dos receptores de banda C (que hoje não são certificados) e mesmo a especificação técnica para garantir a qualidade dos amplificadores.

Fonte:Tele Síntese -Plantão – Telecomunicações