“O rádio ainda pulsa?” A resposta dos palestrantes para a pergunta que batizou o painel do 14° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, que aconteceu em São Paulo, na sexta-feira (28), foi unânime: “não só pulsa, como pulsa muito bem”.
Para Ricardo Gandour, diretor de Jornalismo da CBN, “o rádio detém características como interatividade, instantaneidade e participação da audiência, que a mídia digital exacerbou, mas que já estavam no DNA do rádio”. Ele lembrou as previsões catastróficas da década de 1950 que decretaram a morte do rádio com a chegada da TV e destacou a presença que o meio continua tendo. “Há oito décadas, essa pergunta – é o fim do rádio? – já era feita. O rádio passou por grandes transformações com a TV e a evolução tecnológica, mas continua aí: em milhões de veículos, computadores, celulares e outros dispositivos móveis”.
Também a editora-chefe da Rádio Gaúcha, Andressa Xavier, afirmou que o rádio “não está em coma nem sob aparelhos” e que se adapta bem à necessidade de se reinventar. “Tem que entender que tudo tem que ser reverberado à máxima potência”, disse.
Andressa destacou ainda a principal característica do rádio: “Não temos pretensão de fazer TV. O negócio do rádio é o áudio. O ouvinte que está em casa deve saber o que está acontecendo, sem imagem, porque rádio é áudio”, afirmou.
Ao ser questionada sobre o papel do podcast, Andressa explicou que todo material que não entra no ar, como por exemplo, por motivo de tempo, vira podcast. “O áudio, como meio de transmissão, conteúdo e conhecimento, pulsa mais que o rádio”.
Já para Paula Scarpin, da Rádio Novelo, produtora de podcasts da revista Piauí, o podcast é um modelo que está dando certo. “Fazemos documentários sem imagens, para rádio. É o áudio sob demanda, para ouvir o que quiser, quando quiser”, afirmou.
Você sabia?
O termo podcast nasceu da junção das palavras iPod (tocadores de áudio digital produzidos pela Apple) e broadcast (transmissão via rádio). O primeiro podcast surgiu em 2004.
Os podcasts são mídias voltadas para a transmissão de informações na internet. De modo geral, são como programas de rádio, mas seus conteúdos são produzidos sob demanda e podem ser acessados pelo ouvinte quando ele quiser.
*Com informações MaxCast
Fonte: Tainá Farfan – ABERT