LEI GERAL
Brasília. O relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), alterou novamente o seu parecer e defenderá a suspensão do direito à meia-entrada dos idosos durante os eventos da Fifa – a Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014 -, em troca da inclusão deles na chamada “cota social”. A nova versão será apresentada hoje, quando a comissão da Câmara que discute o projeto fará nova tentativa de votação.
O vaivém na questão dos idosos começou no envio do projeto ao Congresso. O governo federal avisou que não suspenderia a validade do Estatuto do Idoso para cancelar o direito à meia-entrada de quem tem mais de 60 anos. Após proposta da Fifa, porém, Cândido incluiu os idosos na chamada “cota social” e propôs a suspensão da meia-entrada.
Nesta categoria exclusiva de ingressos, os bilhetes serão vendidos a cerca de US$ 25 (R$ 46). Estudantes, indígenas e beneficiários do programa Bolsa Família também teriam direito a comprar. Não haveria, porém, ingressos para a abertura da Copa e os lugares nos estádios para os quais seriam vendidos os bilhetes definidos pela Fifa. A entidade teria como única exigência reservar 300 mil ingressos para esta categoria, 10% da carga total da Copa do Mundo.
Na semana passada, porém, o relator foi enquadrado pelo Palácio do Planalto. O governo não gostou da proposta de suspensão de uma lei federal para atender a uma exigência da Fifa. Por isso, Cândido anunciou que o direito à meia-entrada para idosos estaria assegurado, mas os excluiu da cota social.
A mudança foi malrecebida porque, apesar de terem o direito à meia-entrada para todos os jogos, os idosos acabariam pagando mais caro, uma vez que o preço de ingresso na Copa pode chegar a US$ 900 (R$ 1.680). Por isso, o relator retomará a sua proposta anterior, sem meia-entrada e com cota social. “Estamos preocupados com idosos pobres, não com os ricos. Do jeito que estava, acabaria penalizando os pobres”, comentou.
Outros. O relator está ainda fazendo novos ajustes no texto, mas promete não mexer em questões polêmicas do projeto, como a venda de bebidas alcoólicas. Ele vai propor a permissão do comércio apenas nos eventos da Fifa e a possibilidade de venda em copos de papelão para os torcedores poderem beber nas arquibancadas. Manterá também a previsão de férias escolares durante a Copa de 2014, mas sem fixar uma data para o calendário escolar.
Fonte:O Tempo – Belo Horizonte – Esporte