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Site permite acompanhar e comentar projetos de lei

Democracia digital

Em breve, os parlamentares poderão interagir com os usuários

“No mundo todo, há um descredibilidade no sistema político. A democracia brasileira é muito nova, ainda há muito a fazer, e o que tem sido construído é um distanciamento das pessoas”, explica Fabiano Barreto, cofundador do site.

Os projetos de lei são incluídos de forma artesanal no site. Um a um, eles são estudados primeiro por uma equipe de advogados e, depois, por um jornalista, para depois serem postados na página.

Além de votar e comentar os projetos de lei, os usuários também podem classificá-los como “urgente”, “relevante”, “corajoso”, “inviável”, “irrelevante” ou “sem noção”. O usuário tem acesso aos resultados, podendo ainda especificá-los por Estado, gênero e idade.

A moderação nos diálogos entre internautas ocorre apenas para evitar o uso de palavrões ou expressões ofensivas. De acordo com Barreto, as discussões que ele vê não são polarizadas entre partidos políticos, mas são baseadas em argumentos criados a partir da ideia apresentada naquele projeto de lei.

O site tem hoje cerca de 50 mil participantes cadastrados. Bruno Reis, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), faz uma ressalva sobre essa pequena amostragem. “O acesso à internet e a disponibilidade de tempo não se distribuem igualmente pela população inteira”, diz o professor, que ainda explica que o público ativo na internet é, de forma geral, “mais jovem, rico e com acesso à educação” – e que tudo isso é “relevante”.

Caso a votação tivesse algum tipo de validade formal, segundo o professor, seriam necessários cuidados para que não ocorresse manipulação dos resultados. Ele é usuário da plataforma e diz que tem uma percepção positiva sobre o projeto. “No mínimo, está conseguindo divulgação do que está acontecendo no Congresso e alguma percepção sobre a opinião básica na internet”.

Os resultados das votações são encaminhados aos parlamentares responsáveis pelas propostas, especificando o número de votos por região do Brasil e incluindo as classificações e os comentários sobre o projeto.

De acordo com a Webcitizen, empresa responsável pelo site, a maioria dos políticos retorna para pedir a inclusão de algum projeto de lei, e alguns divulgam o link do Votenaweb em sites pessoais ou redes sociais para que os eleitores possam se inteirar melhor.

Minientrevista

“Falou-seque ninguém iria usar isso”
Fernando Barreto Cofundador Site Votenaweb

O que é o projeto?
Ele foi criado com o intuito de ajudar as pessoas a entender um pouco melhor o processo que acontece no Congresso. Quanto mais importância der para o tema político melhor para todo mundo.

Como foi a criação do Votenaweb?
O foco da empresa é a webcracia. Partimos do problema, que é a falta de credibilidade na política, e foi o projeto que mais nos deu visibilidade.

Como foi a aceitação do público?
Na época, falou-se que ninguém iria usar isso, que brasileiro não gosta de política. As pessoas se interessam, sim, pelos temas. Você dá uma plataforma mais fácil e acha uma parcela da procura por isso.

Como são as discussões dos usuários?
Não ficam políticas, ficam em cima da ideia. Existe muita construção – e diálogo que, apesar das divergências, as pessoas se respeitam. Às vezes, no meio da argumentação, a pessoa muda o voto! A discussão sai da crítica pela crítica e passa a ser construtiva, tira a pessoa da zona de conforto.(CB)

Fonte:O Tempo – Belo Horizonte -Brasil

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

COMUNICADO A TODAS AS EMISSORAS DE RÁDIO, TELEVISÃO E PRODUTORAS

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