A Telefônica anunciou nesta terça-feira o lançamento do serviço on vídeo. O sistema, anunciado como inédito no Brasil, permite ao usuário acesso a vídeos, como mais de dois mil títulos entre filmes, séries e documentários dos principais estúdios nacionais e internacionais e conteúdos online na tela da TV – como os do portal Terra TV. A mensalidade sai por R$ 19,90 para clientes banda larga da Telefônica.

Com o conceito de “multiexperiência com tecnologia, convergência e comodidade”, o On Vídeo dará ao usuário acesso a conteúdos online e locadora virtual desenvolvidos especialmente para a tela da TV. O sistema oferece ainda um portal de informações atualizadas minuto a minuto, tais como clima, esportes e notícias .

O material da locadora virtual pode ser alugado – dando direito ao usuário a assisti-los em até 48 horas – ou comprado e armazenado no equipamento, pagando de R$ 3,90 a R$ 6,90 para o aluguel e de R$ 3,90 a R$ 34,90 para a compra. Os títulos disponíveis são resultado de uma parceria firmada entre a Telefônica e a Livraria Saraiva. Acesse ( www.telefonicaonvideo.com.br) para mais informações.

Previsão consumada
O serviço lançado pela Telefônica abre caminho para a exploração da convergência sem limites entre TV e internet. E propaganda se insere neste contexto. O movimento já foi apontado no Festival de Cannes deste ano por Henrique de Castro, vice-presidente de Mídia Global e Plataformas do Google. A mensagem incluía o celular no formato e a abrangência que as marcas terão de ter para alcançar seus consumidores.

Segundo ele, essa junção vai acontecer em larga escala de 3 a 5 anos e a propaganda deve prestar atenção às oportunidades que deixarão de ser regionais para ter alcance mundial simultaneamente. Henrique de Castro chegou a desafiar por várias vezes os publicitários sobre a dificuldade de entender o novo momento. “Vocês estão com medo? É bom. Com as novas tecnologias, os nossos engenheiros estão com mais medo ainda”, brincou apesar de ressaltar a importância que as agências têm para o sucesso do negócio e como as empresas devem se preparar para o cenário.

Neste sentido, segundo o executivo, a tendência é que as mensagens sejam cada vez mais personalizadas por conta da facilidade da plataforma digital onde serão inseridas. A previsão é que uma mesma programação tenha comerciais diferentes de acordo com as preferências dos espectadores. Outra facilidade é direcionada ao varejo: agências poderão preparar propagandas de acordo com a variação do clima e não correr risco de fazer apelos que fujam da necessidade do público.

Numa era em que o modelo muda com tanta rapidez, Henrique de Castro aconselha que métodos tradicionais de mensuração de audiência sejam deixados de lado. “Não espere auditoria de audiência (Nielsen) para dar o próximo passo. Veja o que funciona e o que não funciona e já vá a campo”. Para ele, o momento é de medição e resultados. Ao contrário da TV, a internet é completamente mensurável, diz o diretor. “Quando você coloca um filme na TV, você tem 50% de certeza e o resto é torcida”.