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TV DIGITAL CHEGA A SP SEM ACORDO COM TRÊS EMISSORAS

O apagão da TV analógica e a entrada do sinal digital em São Paulo e mais 38 cidades nos primeiros minutos de hoje foram marcados por uma queda de braço entre operadoras de TV por assinatura e as três emissoras que formam a joint venture Simba Content: Rede TV, Record e SBT. No fim da tarde de ontem, a Vivo se comprometeu a pagar às emissoras para carregar as suas programações na grade distribuída aos assinantes, conforme apurou o Valor.


Procurada, a Vivo respondeu “que mantém diálogo aberto com as emissoras Record TV, SBT e RedeTV! e que, durante a fase de negociação, continuará distribuindo normalmente esses canais.” A Vivo detém 9% do mercado de 18,6 milhões de assinantes de TV.


O grupo Claro / Net / Embratel, com 52% do mercado, interrompeu a distribuição do sinal das três emissoras em Brasília, na terça-feira. Isso porque recebeu notificação da Simba para interromper a exibição de seus canais a partir do dia 29. Assim, o bloqueio do sinal também foi programado para São Paulo, a partir de hoje, disse ao Valor Fernando Magalhães, diretor de programação da América Móvil, dona do grupo Claro.


À noite, a Simba informou que encaminhou proposta comercial a todas as operadoras. A Claro confirmou o recebimento, porém, ainda não havia sido revogada a decisão de corte do sinal das emissoras até o fechamento desta edição.


O sinal analógico, que era carregado sem ônus pelas operadoras, foi cortado em Brasília em dezembro. Desde então, a Claro continuava a transmitir, “de boa-fé”, disse Magalhães, enquanto esperava por uma proposta comercial. Segundo o executivo, nas duas vezes em que a Simba procurou a empresa, em dezembro e na semana passada, foi apenas para apresentação de interlocutores.


A suspensão do sinal é prejudicial para todas as partes. “Não transmitir traz prejuízo”, reconhece o executivo. “O assinante que quiser ter acesso [aos três canais] vai ter que procurar alternativas.” Em sua opinião, o corte do sinal vai gerar desconforto a curto prazo, mas se demorar muito para um acordo, o assinante já terá buscado outra opção.


A Claro não aceita adicionar custo aos seus assinantes para carregar o sinal das emissoras abertas. “Se a Simba enviar uma proposta razoável e de distribuição gratuita, podemos fazer acordo”, disse Magalhães. “Mas não pagamos para nenhuma programadora nenhum valor próximo do que vem sendo ventilado [de R$ 6 a R$ 15 por assinante].” O Valor apurou que o teto máximo é apenas para começar a negociação. “Se pagamos alguma coisa, é um milionésimo do que a Simba quer cobrar”, afirmou ele.


A Net, com tecnologia por cabo, já tem autorização para a distribuição do sinal da Globo, Band, Gazeta, TV Cultura, Rede Gospel, Ideal TV, Mega TV e Rede 21, sem qualquer custo para os clientes. Já a Claro TV, por satélite, tem autorização da Globo, RBI, TV Cultura, Band, Rede Vida e TV Aparecida, também sem custo.


A medida é impactante em especial para a Sky. Para as demais operadoras, o corte do sinal seguirá o cronograma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), se não houver acordo. Para a Sky, o desafio é que, como empresa de transmissão por satélite, a captura do sinal, até o momento, é feita a partir de São Paulo.


No começo de fevereiro, sete canais do grupo Fox saíram dos pacotes de assinantes da Sky, por falta de acordo entre as partes. A Anatel determinou que a operadora os substituísse por canais equivalentes ou desse desconto aos clientes, conforme o Artigo 28 da Resolução 488/2007, que regula o assunto. A Sky chegou a substituir os canais, mas logo depois chegou a um acordo com a Fox e o contrato foi renovado. (Colaborou Graziella Valenti).


Fonte: Valor-Empresas


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