Folha de Pernambuco – PE
30/11/2009 – 08:22
A reivindicação dos fabricantes virou regra em setembro por meio de uma portaria conjunta dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência e Tecnologia
Da Redação
Dois anos após o início da TV digital no País, o Governo (Ministério das Comunicações) não só fracassou em convencer os grandes fabricantes a produzir o conversor – aparelho que capta o sinal digital das emissoras de televisão – como cedeu à pressão da indústria, interessada em vender televisores de LCD e de plasma já com o conversor embutido, uma estratégia para evitar a queda de preço desses aparelhos.
A reivindicação dos fabricantes virou regra em setembro por meio de uma portaria conjunta dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência e Tecnologia. A partir de 2010, Sony, LG, Panasonic, Samsung, Philips e os demais concorrentes só produzirão o conversor para embarcá-lo nos televisores com mais de 32 polegadas.
A medida se amplia, a partir de 2011, quando todos os televisores de LCD e plasma terão de conter o conversor. Algumas marcas, como a japonesa Panasonic, abandonarão a produção de aparelhos analógicos já no próximo ano. “O Ministério das Comunicações pagou um mico porque não soube entender que o mercado não queria uma tecnologia intermediária”, diz Maurício Loureiro, presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).
Para ele, a tecnologia japonesa de transmissão do sinal digital de TV – adotada pelo Brasil – ainda não está madura em seu próprio país e o governo não conseguiu convencer os fabricantes do contrário. Mesmo assim, 13 deles tiveram projetos para a produção do conversor aprovados pela Zona Franca de Manaus. Só sete deles investiram pesado na produção para tentar lançar aparelhos na faixa dos R$ 100, meta definida pelo ministro Hélio Costa (Comunicações) há dois anos para que o produto massificasse o acesso ao sinal da TV digital.
“O problema é que o produto não atende às expectativas criadas pelo ministro”, diz o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares (Sinaees) de Manaus (AM), Wilson Périco. “O conversor oferece altíssima qualidade de imagem e de som, mas a interatividade está longe de ser alcançada”. Resultado: menos de 1 milhão de conversores foram vendidos em menos de dois anos. Périco afirma que o Ministério das Comunicações estimava que as vendas chegariam a 9 milhões.
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