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Brasil e UE vão desenvolver redes 5G

O Brasil e a União Europeia (UE) assinaram ontem, em Barcelona, um acordo para desenvolver as redes de quinta geração (5G), que devem suceder o padrão 4G a partir de 2020.


A UE e o Brasil assumiram o compromisso de “desenvolver uma definição global da 5G e a identificar os primeiros serviços (como automóveis conectados, internet das coisas ou transmissão vídeo on-line de muito alta definição) que deverão ser assegurados por redes 5G”, segundo um comunicado divulgado em Bruxelas.


“Nem Europa nem Brasil podem se permitir ficar à margem na era digital”, disse Günther Oettinger, comissário europeu de Economia e Sociedade Digitais, em comunicado. Anteriormente, a União Europeia firmou acordos também com a China, o Japão e a Coreia do Sul. O Brasil foi representado pelo ministro das Comunicações, André Figueiredo, que estava ontem em Barcelona, participando do Mobile World Congress.


O país vai colaborar com a UE principalmente para a identificação das frequências de rádio mais interessantes para satisfazer as necessidades de frequência adicional para a 5G, mas também participará de debates sobre a padronização de frequências, prazos e aplicações da tecnologia, disse Figueiredo ao Valor.


A UE prevê investimentos de € 700 milhões em estudos e projetos sobre 5G até 2020, para que consiga dominar a tecnologia e permitir a inovação das empresas.


Figueiredo disse que o país não pode esperar até 31 de dezembro de 2018, quando será liberada a frequência de 700 megahertz e a cobertura 4G terá avançado significativamente no Brasil para investir em 5G. “Em paralelo, vamos investindo em desenvolvimento, estudo, enfim, participando ativamente da evolução de 5G a nível mundial.”


“A ideia é que tenhamos em 2020 um padrão de comercialização de 5G a pleno vapor”, afirmou o ministro. “Até lá, estamos avançando muito em questões desse universo, como a internet das coisas e a relação máquina a máquina, que vão se adequar ao 5G.”


O ministro disse que a maioria dos equipamentos vendidos já está adaptada ao 4G, mas que a adesão só ganhará densidade com a limpeza do espectro de 700 MHz. A faixa é ocupada por TV aberta analógica que está mudando para canais digitais. Apesar do atraso no desligamento da faixa, o prazo limite para a limpeza é de 31 de dezembro de 2018. “Atrasou o desligamento, mas a limpeza continua de pé, com pequenas adequações.”


Por enquanto, o Brasil é o único país do Mercosul a firmar acordo com a UE para o desenvolvimento de 5G. Mas Figueiredo diz que o novo governo da Argentina demonstrou “claramente a intenção de andar lado a lado do Brasil em várias ações [relacionadas a 5G]”.


Se já dá os primeiros passos em direção à nova geração de serviços móveis, o Brasil não se mostrou tão célere em relação à 4G. Aderiu ao padrão com atraso, comparado a outros países, e a implantação da rede avança lentamente, apesar do empurrão que a Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) deu nas teles para que cumprissem metas de instalação da infraestrutura para a Copa do Mundo e Olimpíada no Brasil.


As teles não tinham interesse em implantar a nova tecnologia enquanto viam espaço para crescimento da rede 3G e do respectivo retorno do investimento. Agora, usam como estratégia a mudança do serviço de dados dos clientes para 4G, mantendo voz em 3G, que fica mais desafogada do intenso tráfego. De repente, a LTE ficou interessante, já que os consumidores praticamente não conseguem mais viver sem internet móvel.


Até janeiro, havia 469 municípios com cobertura da tecnologia LTE, de 4G, alcançando 55% da população do país. O Brasil terminou dezembro com 25,4 milhões de celulares 4G, aumento de 276% em relação a 2014. Ainda pouco comparado aos quase 150 milhões de celulares 3G.


O ministro também conheceu ontem, “superficialmente”, o projeto-piloto do Facebook de usar drones para ampliar a conexão em áreas remotas. “Eles disseram que não necessariamente será na Amazônia, pode ser no Nordeste [o uso de drones].” Para ele, a ideia é interessante, mas como um instrumento complementar. “Talvez possa ser adequado em regiões com menos condições.”


O Brasil está construindo na França o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, orçado em R$ 1,7 bilhão, e previsto para ser lançado entre setembro de 2016 e fevereiro de 2017. O equipamento servirá também de canal para ampliar a oferta de internet em todas as regiões do país. (Colaborou Ivone Santana, de São Paulo).


Fonte: Aesp


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