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Ato em São Paulo condena ataques à imprensa


O parlatório em frente à Faculdade de Direito Largo São Francisco, em São Paulo, palco de manifestações históricas, foi o lugar escolhido por juristas, ex-ministros, intelectuais e políticos da oposição para lançar, no início da tarde de ontem, o “Manifesto em Defesa da Democracia”. O grupo condenou as declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), considerando-as uma ameaça à liberdade de imprensa e de expressão.

Presentes, alguns dos signatários, como o jurista e ex-petista Hélio Bicudo e Miguel Reali Júnior, ex-ministro da Justiça durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Vamos embarcar em um trem que não sabemos onde vai dar. Com 80% de aprovação, o presidente tem atitudes que demonstram autoritarismo e o ato repõe essa disputa nos trilhos democráticos”, afirmou Bicudo, fundador do PT e ex-vice prefeito de São Paulo na gestão Marta Suplicy. Bicudo deixou o partido em 2005, na leva dos descontentes com o escândalo do mensalão.

Organizado às pressas, o ato público contou com cerca de 150 pessoas, entre jornalistas e curiosos, tumultuou a saída dos alunos da faculdade e não contou com a participação destes. O ombudsman do Diretório Acadêmico da Faculdade, Renato Ribeiro, condenou a mobilização na instituição. “Não foi um ato legítimo da sociedade. Pelo contrário, essa reunião não contou com o apoio de alunos, nem de outros grupos, além de causar transtornos”, disse. O ato teve as presenças de Walter Feldmann (PSDB), do vereador Gilberto Natalini (PSDB) e do ex-senador Roberto Freire (PPS), candidato a deputado federal.

Para Reali Júnior, as recentes declarações colocam o presidente na trilha de um discurso fascista: “À medida que ele passou a denunciar a imprensa, a dizer que não precisa de formador de opinião, a dizer que a opinião somos nós, esta é uma ideia substancialmente fascista”, avaliou. Questionado, Roberto Freire disse que Lula não é fascista, “mas [Benito] Mussolini também se colocava como esquerda”.

Na via oposta, acontece hoje o ato “contra o golpismo midiático”. Organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, terá a participação de centrais sindicais, movimentos sociais e blogueiros que consideram que grandes conglomerados privados de mídia, comprometidos com a candidatura oposicionista, estão tentando manipular a disputa eleitoral

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