quarta-feira, 7 de abril, 2010 por Thiago Marinho às 6:26

Nos próximos anos, o Brasil poderá comandar parte da TV Digital na América Latina. Estes são os planos do governo federal, que tenta convencer a outros países a adotarem a mesma tecnologia usada por aqui (nipo-brasileira), estimulando uma grande cadeia produtiva nacional. As intenções foram expostas na semana passada, durante uma reunião entre o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e o ministro da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, Roberto Kreimerman, com o intuito de demonstrar ao país vizinho as vantagens de embarcar neste sistema (cinco países já optaram pelo nosso padrão: Peru, Argentina, Chile, Equador e Venezuela).

Caso este novo bloco de TV Digital torne-se realidade, será possível criar um grande grupo de usuários (brasileiros, uruguaios, venezuelanos, chilenos etc), com poder de decisão e de exigência maior com relação a indústria do entretenimento. A longo prazo, a iniciativa significa o surgimento de um setor especializado por aqui, agregando inclusive profissionais pernambucanos. Mais pessoas da área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) poderão trabalhar na área e criar soluções para a TV Digital, a exemplo do que já é feito hoje no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), um dos grandes investidores da interatividade por meio da televisão.

De fato, a América Latina tem poder de consumo (a crise econômica mundial provou isto) e possui pessoas qualificadas para trabalhar nas mais diversas tecnologias; mas falta ainda um entendimento macro sobre o assunto a nível internacional e uma negociação política que barre a influência dos fabricantes estrangeiros (leia-se europeus e americanos). Vamos esperar, então, para ver qual será o resultado destas estratégias no futuro.