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Com satélite, Embratel diversifica receita

Frente a uma perspectiva pouco promissora para o mercado de telecomunicações, a Embratel aposta em novos serviços para diversificar sua receita. Com essa perspectiva, a companhia lançou no sábado o satélite Star One C3, um projeto de US$ 260 milhões, que tem por meta oferecer serviços de telecomunicações para as companhias que vão atuar na exploração do pré-sal, e expandir a cobertura na América Latina.

O Star One C3 tem alta capacidade de banda KU para atender à demanda de transmissão de dados, vídeo e internet. A cobertura do satélite alcança uma área de 300 km de distância da costa brasileira. O valor do investimento inclui a construção do equipamento, a cargo da norte-americana Orbital Sciences; a compra do foguete de lançamento da francesa Arianespace; e o seguro do satélite.

O satélite tem ainda capacidade para atender aos países andinos. O serviço faz parte da estratégia da Embratel e do grupo América Móvil, do mexicano Carlos Slim, de ter cobertura por satélite em toda a América Latina. O grupo planeja manter a Star One, subsidiária da Embratel, como a maior operadora de satélites da região.

“Este satélite completa o nosso raio de atuação de banda KU na América do Sul”, afirma o presidente da Star One, Gustavo Silbert, ressaltando, que não há planos de expandir os serviços de satélite para os Estados Unidos.

Este ano a Embratel recuperou-se dos fracos resultados de 2011. A empresa fechou o terceiro trimestre com receita de R$ 4,8 bilhões, depois de um segundo trimestre com R$ 4,7 bilhões. E espera um resultado semelhante entre outubro e dezembro, diz Formoso.

Mas para ele o ano de 2013 será menos promissor para o mercado e a Embratel deve sentir a pressão dos clientes que vão reduzir custos. “As economias fora do Brasil e até a brasileira estão esfriando”, diz. “Estamos nos preparando para um ano difícil”, afirma, apontando que isso pode significar redução de investimentos em redes e em outros projetos de curto prazo.

Já o segmento de satélites não deve sofrer com mudança do cenário. “São investimentos de longo prazo, já estimados há muitos anos”, diz José Formoso, presidente da Embratel. Até 2016, a Embratel prevê lançar dois satélites. A empresa possui contratos que somam US$ 300 milhões para o lançamento do Star One C4, previsto para 2014 também pela Arianespace. O satélite será usado para operações de TV via satélite para a Claro TV. A Embratel planeja lançar ainda o Star One D1, que terá foco em banda KA para atender ao mercado de banda larga via satélite, ainda pouco explorado no país.

A Claro TV é outra aposta do grupo no Brasil para diversificar receita. A empresa tem 2,5 milhões de assinantes no país e prevê fechar o ano com 2,9 milhões. O foco é nas pequenas e médias cidades, onde a NET, a TV por cabo do grupo, não tem penetração, e nos clientes da classe C das metrópoles. O projeto da NET é ampliar a rede para mais cem cidades, além das 97 atuais até o final deste ano.

Para os clientes corporativos, o negócio de centros de dados será o destaque da companhia em 2013. O investimento previsto para a área é de R$ 200 milhões, mesma cifra investida este ano. Nova no setor, a Embratel acredita que sua vantagem competitiva será a união da capacidade de armazenamento de dados com sua infraestrutura de telecomunicações.

“Temos que levar para os nossos clientes empresariais algo mais do que eles usam hoje conosco, porque a expectativa é de um ano mais complexo, então temos que proporcionar ao cliente uma economia das despesas dele”, diz Silbert.

Para Formoso, oferecer serviços complementares é a vantagem competitiva da empresa. “A [operação da] Embratel é a equação de muitas coisas: os satélites, o cabo, a rede terrestre, o acesso com o cliente”, diz. “A Embratel é assim, não depende de uma operação. Pode até desaparecer uma delas que a Embratel não cai”.

O repórter viajou a convite da Embratel

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