Enquanto avançam as negociações no 3GPP para a padronização da tecnologia LTE na frequência de 450 MHz, o CPqD dá mais um passo adiante com a tecnologia desenvolvida nacionalmente ao concluir a primeira etapa dos testes de campo com eNodeBs – as estações radiobase (ERBs) da tecnologia – e terminais de usuários (CPEs) com uma operadora brasileira. De acordo com Juliano Bazzo, da gerência de comunicação sem fio do CPqD, os testes de interoperabilidade das eNodeBs e CPEs na rede núcleo da operadora, que se iniciaram em fevereiro, foram concluídos com sucesso no último mês de março. “Essa foi a fase de laboratório na operadora que antecede os testes de campo propriamente ditos. Agora acredito que a partir de junho devemos começar a integração nas redes de acesso. A operadora ainda está definindo a área (geográfica) e a quantidade de usuários para esse teste de campo”, detalha Bazzo. O nome da operadora ainda não pode ser revelado, mas é uma das quatro que adquiriram a faixa de 450 MHz para atendimento à área rural no leilão do 4G: Claro, Oi, Telefônica/Vivo ou TIM.
Os eNodeBs e CPEs foram fabricados pela brasileira WxBR, que tem entre suas sócias a Padtec, também de capital nacional, a partir do licenciamento da tecnologia desenvolvida pelo CPqD. Nessas ERBs, a camada física de interface com o hardware, chamada Layer 1, foi desenvolvida pelo CPqD, enquanto as camadas L2 e L3, de acesso ao meio, foram desenvolvidas pela Aricent Group a partir do licenciamento do código fonte do CPqD.
Made in Brazil
Para Bazzo, o desenvolvimento do LTE na faixa de 450 MHz é particularmente importante para o Brasil não apenas porque possibilita o atendimento com banda larga a áreas rurais, tradicionalmente pouco ou não atendidas, mas também porque é uma tecnologia que pode ser aplicada em outros países que ainda não tenham uma boa penetração da banda larga nas áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Ele cita o caso da Rússia, que já utiliza a frequência de 450 MHz para áreas rurais, mas na tecnologia CDMA.
“Existe a possibilidade real de ser utilizada por outros países. Já houve até um país da América do Sul que entrou em contato conosco para saber como o LTE pode ser usado para acesso à banda larga em políticas públicas”, diz Bazzo reforçando a importância da padronização do LTE em 450 MHz pelo 3GPP, mas lembrando que a tecnologia desenvolvida pelo CPqD poderia ser adaptada ainda a outras frequências além do 450 MHz, caso essa faixa não seja a escolhida por esses outros países.
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