Causou espanto no ano passado o elevado lance de cerca de US$ 90 milhões dado pela Hughes do Brasil pela posição 45º Oeste na licitação para novos satélites brasileiros promovida pela Anatel. O lance vencedor foi dado após acirrada disputa com a Sky.
Por que a Hughes pagou em torno de 3.500% acima do valor mínimo estabelecido pela Anatel? Segundo informações colhidas junto a diferentes fontes do mercado o lance é prenúncio da entrada de mais um grande operador de TV por assinatura na tecnologia DTH no País. Trata-se da Dish, coligada da Hughes e da EchoStar, todas as três pertencentes ao magnata norte-americano Charles Ergen, o principal rival da DirecTV nos EUA, que atua no Brasil com a marca Sky.
Segundo as fontes ouvidas por este noticiário, é pouco provável que Ergen aguarde os três ou quatro anos necessários para a construção de um novo supersatélite com banda Ku e banda Ka para ser colocado na posição 45º Oeste. É muito provável que venha a deslocar em breve algum satélite mais antigo de sua frota para ocupar provisoriamente a posição recém adquirida. Isso pode acontecer antes do fim deste ano, bastando para tanto apenas construir a estação terrena do satélite em território brasileiro, condição exigida nas licitações de posições orbitais pela Anatel.
A questão que se coloca agora é saber a estratégia da entrada no mercado brasileiro. Se entrar sozinho o custo e o risco de Ergen serão enormes. O mais provável, segundo alguns analistas, é que Ergen procure algum parceiro já estabelecido localmente para enfrentar a DirecTV/Sky também no Brasil.
A Embratel (agora Claro TV) não precisa da ajuda do DTH de Ergen aqui, embora seja parceiro de Carlos Slim (controlador da Embratel, Net Serviços e Claro) no México. Restariam, portanto, as outras operadoras como Oi, GVT e talvez até a Telefônica/Vivo. Como será efetivamente a chegada de Ergen ao Brasil saberemos em breve.
Fonte:Pay TV -News