Realizada entre os dias 21 e 26 de julho, em Recife (PE), a 65º Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) reuniu membros da comunidade científica para discutir os desafios e o panorama do segmento no Brasil. No evento, IMPRENSA realizou o “Encontro IMPRENSA de Jornalismo Científico”. Com patrocínio do Bradesco, as mesas de debate buscaram incentivar a cobertura mais acessível do tema na mídia brasileira.
Helena Nader, reeleita presidente da SBPC para um novo mandato de dois anos, entre julho de 2013 e julho de 2015, destacou, na abertura da reunião da SBPC, a importância de discutir os desafios da comunidade científica brasileira. Sua primeira gestão foi marcada pelo esforço em contribuir para um ambiente de pesquisa mais moderno. “A ciência está se tornando cada vez mais globalizada e dependente da atuação em redes”, diz Helena.
Temas importantes relacionados a educação, ciência, saúde e economia foram discutidos no evento. Entre eles, qual o ensino básico de que o Brasil precisa; o combate aos problemas de saúde pública que aumentam no País; o autismo e seus perfis, além de outros assuntos, como a produção de combustível de xisto e seus riscos ambientais, além de nanociência e nanotecnologia.
Com pós-doutorado pela University of Southern California, Helena reforça que, dada a evolução do Brasil nas últimas três décadas, o País não pode mais se conformar com o nível de ciência que desenvolve. “Então, qual é a ciência para esse novo Brasil? De qual ciência o país precisa? Como a ciência pode contribuir para alavancar o Brasil?”, indaga.
Investimento em ciência
Para Helena, um dos pontos principais para responder a esses questionamentos é conseguir mostrar a importância do investimento. Segundo ela, não é só o governo que tem responsabilidade, mas as empresas privadas também podem e devem colaborar. “O empresário brasileiro tem de perceber que investir em ciência em longo prazo é melhor do que na Bolsa de Valores, e isso só poderá ser feito quando o Brasil tiver a ciência como projeto de Estado.”
A acadêmica chama a atenção sobre a importância do tema para a sociedade. “Cabe a nós, cientistas, chegar à conclusão de que o tema é importante. De que o dinheiro usado em educação e ciência não é gasto, mas investimento. Aqui e em qualquer lugar do mundo.” Ainda segundo a presidente da SBPC, a comunidade científica precisa da mídia neste processo. “Ela tem de ser uma grande interlocutora, mas, infelizmente, a imprensa brasileira não cobre a ciência. Ela gosta de cobrir quando um cientista erra, mas não nas várias vezes em que o cientista faz sucesso, vende coisas boas; parece que não vale a pena, diferentemente da mídia no exterior.”
Fonte:Portal Imprensa -Últimas Notícias