NOVA YORK. Pela primeira vez, a audiência e a receita publicitária dos sites de notícias superaram o número de leitores e a arrecadação com anúncios dos jornais impressos nos Estados Unidos. A mudança foi detectada na pesquisa “State of the News Media”, conduzida pelo Pew Research Center, instituição de Washington que analisa tendências desse mercado em todo o mundo.
A receita publicitária dos jornais caiu 46% em quatro anos, e fechou em US$ 22,8 bilhões em 2010. Na conta dos veículos impressos podem ser computados US$ 3 bilhões que foram investidos em seus sites, segundo o Pew. Já o faturamento com publicidade dos sites de notícias chegou a US$ 25,8 bilhões, informa o instituto, que utilizou dados do grupo de pesquisa eMarketer.
— A migração para a web está se acelerando — disse Tom Rosenstiel, diretor do Project for Excellence in Journalism, braço do Pew Research Center que pesquisa a mídia.
— A rápida adoção de tablets e a expansão do uso dos celulares inteligentes só reforçam essa tendência.
Ainda de acordo com o levantamento, divulgado ontem, uma quantidade maior de pessoas — 46% dos americanos entrevistados — revelou buscar notícias on-line pelo menos três vezes por semana. Os que disseram procurar informações em jornais impressos representam 40%.
Anunciantes acompanham migração de leitores
Levantamentos recentes mostram que jornais impressos sofrem não apenas com a desaceleração econômica que ocorre em vários países (que leva anunciantes a fecharem suas carteiras), mas também com o fato de que mais pessoas optam pela mídia on-line para obter notícias de seu interesse.
Diante disso, restou ao mercado publicitário seguir essa migração de leitores.
Editoras de jornais como New York Times Co. e Mc- Clatchy vêm registrando perdas em suas receitas publicitárias, enquanto outras mídias, inclusive a televisão, desfrutam de uma recuperação nos faturamentos.
“Um desafio para as organizações de notícias é que boa parte do faturamento com propaganda, 48%, está relacionada à publicidade vinculada a buscas, e uma proporção pequena dessas verbas se destina às reportagens”, informa o estudo.
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