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Grupo francês Publicis fecha a compra da agência DPZ


SÃO PAULO. Um ano e seis meses depois das primeiras conversas, os sócios fundadores da DPZ Propaganda — Roberto Duailibi, Francesc Petit e José Zaragoza — aceitaram a proposta do grupo francês Publicis e venderam 70% do capital da agência brasileira. O contrato foi assinado no início da noite de sexta-feira, mas só comunicado ao mercado no começo da tarde de ontem.

O valor do negócio não foi divulgado. O mercado avalia que a Publicis tenha pago algo em torno de US$ 150 milhões. Os 30% restantes permanecem nas mãos dos três sócios, que manterão o comando da empresa pelos próximos dois ou três anos, quando os franceses esperam arrematar a totalidade das ações.

Essa investida é apenas a ponta mais visível de uma nova onda de internacionalização do mercado publicitário brasileiro. Além da DPZ, em menos de um ano os franceses arremataram a Talent e a gaúcha AG2, especializada em mídia digital, além de ficarem com 5% da Taterka, cujos clientes incluem grandes marcas como Natura e McDonald’s. Agora, somente a Africa, do grupo ABC, do publicitário Nizan Guanaes, continua com capital 100% nacional.

— Por enquanto, não muda absolutamente nada. Todos (funcionários e diretores) continuam trabalhando normalmente.
Essa foi uma das condições para os sócios aprovarem o negócio — contou Flávio Conti, diretor-geral da DPZ e responsável pela condução das negociações na agência. Segundo Conti, a aquisição da DPZ reforça o compromisso estratégico do Publicis de expandir suas operações no Brasil. Para a agência, que completou 43 anos no início deste mês, o negócio a coloca no mercado internacional, um sonho de seus fundadores.

— O tempo dirá o que vai acontecer. Mas, hoje, o fato é que a DPZ não é mais brasileira — disse Conti, lembrando que o “fator dinheiro” não foi o mais importante. — Conseguimos fechar o negócio com um grupo que tem o mesmo DNA da DPZ.

Executivo da Publicis destaca importância do Brasil

Em nota, o diretor-executivo e presidente do Conselho de Administração do Publicis, Maurice Lévy, destacou as perspectivas de crescimento do mercado brasileiro como razão para investir no país. “O Brasil, juntamente com a China, é de extrema importância para nós”.

Com previsão de faturamento de R$ 600 milhões em verbas publicitárias este ano, a DPZ é uma das agências mais premiadas do país — primeiro Leão de Ouro brasileiro em Cannes, em 1975 — e criou campanhas e personagens que ficaram na memória dos consumidores.
Entre eles, a figura do Leão do Imposto de Renda, o Frango Veloz da Sadia e o garoto-propaganda da Bombril, com o ator Carlos Moreno, que até hoje faz sucesso, além do Baixinho da Kaiser e de Alfredo, o mordomo do papel higiênico Neve. Também foi celeiro de profissionais como Washington Olivetto e Nizan Guanaes.

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