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Harris vai fabricar transmissor para TV digital no Brasil


Equipamentos: Companhia americana instala linha de produção em fábrica da Benchmark Electronics

Cibelle Bouças, de São Paulo
23/08/2010

A americana Harris inicia, hoje, a produção de transmissores para geradoras e retransmissoras de sinal de TV digital no Brasil. A empresa fez um acordo para instalar uma linha de produção na fábrica da Benchmark Electronics, em Campinas (SP). A unidade vai produzir transmissores de sinal digital de alta definição (UHF) para geradoras e retransmissoras, com capacidade entre 10 watts e 4 quilowatts. O valor da operação é mantido em sigilo pela empresa.

A Harris, que tem sede em Melbourne, na Flórida, procura crescer por meio de aquisições ou investimento na terceirização da produção. Nos Estados Unidos, a companhia comprou, em maio, a CapRock Communications, uma fornecedora de equipamentos para satélites de comunicações destinados a navios mercantes e plataformas petrolíferas, por US$ 525 milhões. No mesmo mês, anunciou a compra da empresa de software SignaCert, de Portland, Oregon, de capital fechado, por uma quantia não revelada. Em abril de 2009, adquiriu a unidade de tecnologia sem fio da Tyco Electronics, por US$ 675 milhões.

Depois desse ciclo de aquisições, a empresa está começando a expandir sua atuação nos países emergentes, com a instalação de linhas de produção no Brasil e na China, afirma o vice-presidente da Harris Broadcast para América Latina, Nahuel Villegas.

A Harris iniciará a operação no Brasil com uma capacidade de produção de 40 transmissores por mês, que pode ser ampliada, dependendo da demanda, afirma o diretor geral da Harris no Brasil, Felipe Luna. A empresa vendia transmissores diretamente no país desde 2002. Os equipamentos eram fabricados na unidade da companhia em Illinois, nos Estados Unidos. “As vantagens fiscais oferecidas pelo governo brasileiro reduziu custos e tornou possível fabricar no país”, afirma Luna.

A empresa enquadra-se no Processo Produtivo Básico (PPB), que oferece benefícios fiscais a empresas de tecnologia que adotam pelo menos 60% de matéria-prima nacional. “Apenas os semicondutores serão importados. Todo o resto será fabricado no Brasil”, afirma Luna. Entre os benefícios estão a suspensão do IPI na importação e compra local de matéria-prima e ICMS reduzido, de 7%, na venda dos equipamentos no mercado interno. “A unidade brasileira atenderá também países da América do Sul, que vão substituir seus sistemas analógicos por padrões digitais nos próximos anos”, diz Villegas.

De acordo com Villegas, só de retransmissoras de sinal existem aproximadamente 10 mil empresas no Brasil. Todas têm até 2013 para substituir seus transmissores analógicos por sistemas digitais adaptados ao padrão nipônico-brasileiro – o chamado Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T). O resto do setor tem até 2016 para abandonar o sistema analógico.

Cada retransmissora precisa de pelo menos um equipamento adaptado para transmitir o sinal digital. Luna diz que desde 2007 a empresa vem atendendo à demanda das redes de transmissão de grande porte. Agora, começa a crescer a demanda das retransmissoras que operam em cidades de pequeno e médio portes.

Na América do Sul, países como Argentina, Chile e Peru já adotaram um padrão de sinal digital. Outros países, como Equador, Bolívia, Paraguai e Venezuela devem implementar um padrão no curto prazo, o que abre um mercado potencial para a Harris.

Luna diz acreditar que a demanda ficará mais aquecida em 2013, quando se encerra o prazo de adaptação das retransmissoras. “A proximidade da Copa também deve levar as empresas a acelerar os investimentos na área”, diz. A partir de 2014, ele estima que a unidade brasileira fabricará principalmente para atender o mercado sul-americano. No Brasil haverá um mercado de reposição, mas isso não ocorrerá tão rapidamente. Como os equipamentos têm uma vida útil de dez a 15 anos, uma nova rodada de compras ocorrerá apenas no fim da década.

A empresa não sozinha no mercado. Recentemente, concorrentes internacionais decidiram reforçar apostas no Brasil. A italiana Screen Service investiu € 20 milhões para instalar uma fábrica em Pouso Alegre (MG) para fabricar transmissores. Outras competidoras já instaladas no mercado são Hitachi, NEC, Linear, STB e RF Telavo.

A Harris está presente no Brasil há 40 anos e desde 2002 faz a venda direta dos equipamentos, com uma equipe que hoje totaliza 60 pessoas. Segundo Villegas, as vendas no Brasil crescem acima de 10% ao ano. Nos Estados Unidos, Canadá e Europa, afirma o executivo, a Harris mantém uma participação de mercado superior a 70%. A meta é alcançar a liderança também no Brasil. Ele não faz projeções de crescimento para o país neste ano, mas diz que o ritmo de expansão será superior ao que projeta para as vendas globais da companhia. Para o ano fiscal de 2011, a Harris espera crescer de 13% a 15%, para algo entre US$ 5,9 bilhões e US$ 6 bilhões, ante US$ 5,21 bilhões no último ano fiscal.

 

Fonte: Valor Econômico – Tecnologia & Telecomunicações

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