Por Lúcia Berbert
29 de setembro de 2009
Os testes com o sistema europeu de rádio digital devem começar nas próximas semanas, em São Paulo. Segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a decisão final sobre o padrão sairá depois de novembro, quando acaba o prazo da consulta pública para os testes.
Além do sistema DRM (Digital Radio Mondiale), da Europa, o Brasil testou o norte-americano, o Iboc (In Band on Channel), por dois anos, mas que apresentou problemas de interferências. Além do mais, o sistema Iboc não trabalha com Ondas Curtas (OC), essenciais para atingir a região amazônica.
Já o sistema europeu, que trabalha com OC, ainda não obteve a homologação da transmissão em FM pela UIT (União Internacional de Telecomunicações). “Acho que eles conseguem a homologação em poucos meses, assim como os norte-americanos podem resolver as questões das sombras nas transmissões, verificadas nos testes”, disse Costa, recolocando o sistema Iboc na disputa.
Segundo Costa, a maioria das grandes emissoras de rádio já possui o equipamento para o sistema Iboc, o que apressaria a implantação desse sistema no país. Ele avalia que a implantação do sistema europeu demore pelo menos um ano. “Para fazer um processo democrático, aberto, temos que assegurar as mesmas condições que oferecemos aos americanos. Eles [os europeus] terão que fazer os testes e mostrar que o sistema DRM é bom”, disse.
Iboc
Os testes realizados com o sistema Iboc, sob a coordenação da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), demoraram dois anos, porém, o trabalho foi reprovado pela Universidade Mackenzie, que reúne os maiores especialistas de rádio digital no Brasil. Além de não transmitir em OCM, o padrão norte-americano também ainda não superou os problemas das “sombras” nas transmissões em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, não foi solucionada a questão referente a royalties, já que é um sistema proprietário.
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