Viena, 13 out (EFE).- O Instituto Internacional de Imprensa (IPI) criticou hoje em Viena a nova Lei de Comunicação da Argentina porque pode “causar danos à liberdade dos meios de comunicação” no país sul-americano.
Colin Peters, assessor de liberdade de imprensa do IPI, disse hoje à agência Efe que “a principal preocupação” do Instituto é a possível influência política sobre a “Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual”.
Esse órgão de sete membros estará encarregado de interpretar e aplicar a nova lei, adotada recentemente pelo Senado argentino.
Devido a que o Executivo nomeie dois membros, incluído o presidente, e deve dar seu sinal verde aos cinco restantes, a Autoridade é “vulnerável a influência política”, assinalou Peters.
O representante do IPI criticou que o Governo argentino maneje diretamente a distribuição das formas de todas as emissoras de rádio e televisão que não sejam de satélite, o que faz com que essas permissões também sejam objeto de influência política.
O IPI está também preocupado com que a nova lei limite o número de de rádio e televisão a dez por companhia, frente às 24 da lei anterior.
Segundo o IPI, isto obrigará vários grupos de comunicação a vender estações que adquiriram no passado, “provavelmente a um preço muito inferior ao pago inicialmente”, segundo Peters.
“Isso terá um impacto enorme sobre meios de comunicação como o Grupo Clarín”, assegurou o analista do IPI.
O diretor do IPI, David Dadge, assegura em comunicado estar “decepcionado que a lei tenha sido adotada em sua forma atual”.
Além disso, expressa sua esperança que “os assuntos mais preocupantes sejam tratados antes que sejam aplicados contra os meios de comunicação”.
O IPI, que tem sua sede na capital austríaca, é uma rede de editores e proprietários de meios de comunicação de mais de 100 países de todo o mundo, que defende os direitos e a liberdade de expressão dos jornalistas. EFE